O presidente Michel Temer sancionou nesta quarta-feira, com vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018. O texto estabelece metas e prioridades do governo para o ano seguinte e orienta a elaboração da lei orçamentária anual.
Conforme a LDO, será estipulado o aumento do salário mínimo de R$ 937,00 para R$ 979,00. Ela também projeta crescimento real da economia brasileira de 2,5%; taxa básica de juros (Selic) em 9%; Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,5% no ano e dólar a R$ 3,40 no fim de 2018. A LDO mantém a meta fiscal proposta pelo governo e prevê deficit primário de R$ 131,3 bilhões para o setor público consolidado, que engloba governo federal, estados, municípios e empresas estatais.
A notícia quanto ao reajuste salarial veio no mesmo dia em que se confirmou a criação de 35,9 mil novos empregos com carteira assinada em julho, no quarto mês consecutivo de resultado positivo. O dado surpreendeu economistas, que esperavam até uma retração no mercado de trabalho, já que julho costuma ser o segundo pior mês em contratações no País. Os números indicam também que a melhora foi generalizada. Até então, o único setor que abria mais vagas do que fechava era o da agropecuária. Dessa vez, cinco setores tiveram crescimento.
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MERCADO DE TRABALHO
No mês passado, a indústria liderou a criação de vagas e também houve contratação no comércio, serviços, agropecuária e construção civil. Ao apresentar os dados, o ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira avaliou que o pior ficou para trás. “Com certeza, teremos números melhores em agosto.”
Em julho, a indústria contratou 12,59 mil trabalhadores e o comércio assinou a carteira de outros 10,15 mil. O último julho com contratação no varejo foi em 2014 e na indústria, em 2013. Outros setores também geraram postos no mês passado: serviços (7,71 mil), agropecuária (7,05 mil) e construção civil (724). Ainda que incipiente, a contratação de novos empregados pelas construtoras é simbólica porque esse foi o primeiro resultado positivo após 33 meses seguidos de demissões.
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Os números mostram ainda que setores diretamente ligados ao crédito – como veículos e construção – voltaram a demandar mais mão de obra. O segmento que engloba as montadoras contratou 2,28 mil empregados no mês passado, especialmente em São Paulo. Na esteira desse fenômeno, outros segmentos começam a reagir, como as metalúrgicas, que abriram 791 empregos. Dos 12 subsetores industriais, nove abriram vagas em julho.