Sala das Hortênsias colabora para o fim da revitimização de mulheres que sofreram violência

“Em meio à tempestade, me adapto, me recupero, dançando conforme a música, vivendo e aprendendo, superando, vencendo.” Essa frase está na parede de um novo espaço criado no Hospital Santa Cruz (HSC), a Sala das Hortênsias. A estrutura em tom lilás serve para o acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica. Assim, elas podem ser atendidas, ou aguardarem até que o profissional adequado chegue, sem passar pela chamada revitimização, que é o olhar da sociedade sobre quem já sofreu.

O espaço, que funciona junto ao Pronto Atendimento SUS, recebeu investimento de R$ 200 mil de emenda da deputada estadual Kelly Moraes (PL), após o pedido da vereadora Nicole Weber e da bancada do PTB da Câmara de Vereadores de Santa Cruz. O ambiente foi inaugurado nesse sábado, 12. Diretor-geral da casa de saúde, Vilmar Thomé destacou a importância do momento, justamente na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher. “Por iniciativa dos vereadores, o PA será reformado. Então, estamos em um ambiente em expansão, qualificação”, anunciou.

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A diretora de enfermagem, Fernanda Galisa, explicou o funcionamento da estrutura. Segundo ela, as mulheres que chegarem com auxílio do policiamento serão direcionadas para esse espaço. Se forem a sós, deverão falar no atendimento, que serão encaminhadas também. “Dependendo da gravidade, vai para a emergência”, reforçou. Idealizadora da Sala das Hortênsias, a vereadora Nicole relatou o momento em que levou uma mulher agredida ao hospital e teve que aguardar o atendimento, gerando perguntas de quem estava lá por outros motivos e constrangimento para a vítima. “Tem que ter sensibilidade de perceber que precisa de um lugar como este”, ressaltou.

A preocupação com a identificação ou exposição da vítima foi demonstrada pela presidente do Conselho da Mulher, Iara Bonfante. Ela disse que a criação da sala é mais uma etapa cumprida pela rede de atendimento. “Precisamos de espaços como esse. Já acompanhei mulheres agredidas e as outras pessoas não são tão discretas”. Também presente na solenidade, o deputado federal Marcelo Moraes enfatizou a conquista da Comissão da Mulher, no Leslativo gaúcho, com a liderança de Kelly. “Aqui está a rede. Se alguma parte não funciona, a agredida fica sem amparo, por isso, temos que falar no assunto”, acrescentou a deputada Kelly.

Como funciona?

As mulheres vítimas de violência receberão acolhimento e serão atendidas por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social. Na sala, evita-se a exposição desnecessária nos demais ambientes do hospital. Essas pacientes realizarão o cadastro na recepção e serão encaminhadas para a Sala das Hortênsias para os demais atendimentos, como triagem e consulta.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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