Santa Cruz do Sul segue firme no propósito de atrair uma unidade de Instituto Federal de Educação. O processo para que isso aconteça começa a afunilar, pois ainda em novembro deve ser divulgado o edital para que as prefeituras apresentem o interesse e os documentos para habilitação. A intenção é que cerca de cem sejam instalados inicialmente, aproximando-se de 400 até 2026. Para isso, alguns critérios devem ser preenchidos e, dos quatro mais importantes, em três o município leva vantagem.
Em evento realizado em Porto Alegre na última sexta-feira, 27, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), Getúlio Marques Ferreira, apresentou o que será levado em consideração para a seleção.
LEIA TAMBÉM: Comitê define algumas ações para atrair Instituto Federal para Santa Cruz
Publicidade
A prioridade, diferentemente de outra etapa de ampliação das instituições, será por locais mais populosos, considerando que 4% façam o Ensino Médio, e a candidatura deve ter caráter regional. Estados com maior número de municípios levam vantagem, assim como os que apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) baixos.
Sobre a população, Santa Cruz tem pouco mais de 133 mil habitantes e proximidade com outros locais, o que pode representar ampliação desse contingente. Além disso, tem um número expressivo de estudantes no 9º ano, que é o público-alvo dos Institutos Federais, pois disponibilizam cursos técnicos concomitante ao Ensino Médio (são, de acordo com levantamento do gabinete do vereador Alberto Heck, do PT, 271 em escolas particulares, 488 nas municipais e 2.290 nas estaduais).
LEIA MAIS
Publicidade
O Comitê Regional Pró-Instituto Federal em Santa Cruz do Sul deve intensificar a força política para conseguir apoio de prefeituras e câmaras da região, além do reforço de entidades como a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e de deputados estaduais e federais eleitos pelo Vale.
Também é positivo o fato de que o Rio Grande do Sul fica atrás apenas de Minas Gerais no número de municípios. O IDH é o único inconveniente, pois atinge 0,773, que é considerado alto. Ao conseguir o apoio regional, a média pode fazer com que esse indicador contrário seja transformado em positivo para a definição da União.
Outra vantagem santa-cruzense considerada fundamental é a demonstração documentada de interesse, encaminhada pela prefeita Helena Hermany (PP) a Brasília, e a disponibilização de áreas para construção da unidade que são adequadas às necessidades da instituição. Representantes do Instituto Federal Sul-Rio-grandense (IFSul) e do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) visitaram e indicaram como mais interessante a do Bairro Aliança.
Publicidade
Além da disponibilização de locais para a possível instalação da unidade de Instituto Federal, a Prefeitura de Santa Cruz estaria de acordo em custear a locação de espaço para que a instituição inicie suas atividades, enquanto a estrutura é construída pelo governo federal. A previsão de investimento da União é de cerca de R$ 30 milhões.
Uma das possibilidades é de que parte do campus da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) que esteja ociosa seja locada. Seriam necessárias, pelo menos, três salas de aula para 40 estudantes cada, ampliando para seis no segundo ano e nove no terceiro; um espaço para biblioteca; outro para área administrativa e coordenação; quatro salas para uso diverso; uma para pesquisa; um refeitório para cem pessoas e um espaço para práticas esportivas, que deve ser usado duas vezes por semana.
LEIA MAIS
Publicidade
O reitor da Unisc, Rafael Henn, ressalta que a universidade recebeu pequena sondagem sobre o assunto, mas que ainda não tem definição de valores ou se consegue atender à demanda do instituto por não saber qual a estrutura necessária. Recorda que prospecção semelhante aconteceu quando da instalação da Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (Uergs).
“A colocação oficial da universidade é de que somos contra a construção de estrutura física para utilizar um Instituto Federal”, afirma. Justifica ao dizer que não só a Unisc, mas a Uergs, a Dom Alberto e os institutos de Venâncio Aires e de Santa Maria, todos possuem ociosidade muito grande. “Não faz sentido construir estruturas físicas que estarão ociosas muito em breve. Não precisam locar o espaço da Unisc. Pode ser outra, mas não tem sentido construir esse espaço para ficar ocioso”, resume.
Antes da publicação do edital para o cadastro dos municípios interessados, foram formados comitês com representação de entidades locais e agentes políticos. Esses grupos reúnem documentos e usam de influência e conhecimento para convencer de que é o melhor local para receber as novas unidades dos Institutos Federais.
Publicidade
Ainda sem a confirmação de que Santa Cruz terá um IF, nem qual seria o indicado – ficando entre o IFSul e o IFFar –, o comitê tem trabalhado para movimentar os diferentes segmentos. Na noite da última terça-feira, houve reunião na Câmara de Vereadores para a definição de medidas. Ficou acertada a criação das subcomissões de política, para sensibilização dos prefeitos e vereadores da região; dos eixos educacionais, direcionando os cursos com maior identificação na região; e do levantamento dos indicadores demográficos, que estão entre os critérios.
Além disso, houve a definição sobre a realização de eventos pontuais para a mobilização comunitária, como blitz na Praça Getúlio Vargas, dia 18, e visitas às escolas de Ensino Fundamental, com o objetivo de mostrar aos estudantes que há essa possibilidade de estudar em cursos técnicos e até em Ensino Superior gratuitamente.
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
This website uses cookies.