O calor chega e, com ele, algumas visitas indesejadas de animais peçonhentos costumam ocorrer. Por isso, registros de acidentes envolvendo cobras, aranhas e lagartas são comuns nesta época do ano. Nesta terça-feira, 6, inclusive, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul teve que bloquear parte da calçada da Rua Senador Pinheiro Machado, entre a Tenente Coronel Brito e a Venâncio Aires. A medida foi tomada para evitar que a população fosse ferida por lagartas, já que alguns pedestres teriam relatado problemas com os animais.
No entanto, não são só as lagartas que provocam acidentes. Por isso, listamos os principais peçonhentos que surgem no período de calor, de acordo com a bióloga do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Cynthia da Silveira, que também deu dicas de como evitá-los e de primeiros socorros. Veja a seguir:
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Aranha armadeira – Também conhecida como aranha do tijolo ou aranha-de-bananeira. Normalmente habitam áreas externas, locais escuros e protegidos. São encontradas em lenhas empilhadas, bananeiras e tijolos. São agressivas e podem saltar até 30 centímetros quando ameaçadas. Podem ter envergadura (distância entre um dos pares de patas) de até 15 centímetros. Nem sempre a picada aparece, porém, ela é identificada pela dor intensa e inchaço da região atingida.
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Jararaca e cruzeira – Preferem ambientes úmidos e matos. No Vale do Rio Pardo, é mais comum o surgimento de jararaca (foto). O veneno destrói tecidos e tem ação coagulante. Provoca também dor local, edema, hemorrogia e sangramento.
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Escorpião amarelo – Começou a surgir no Estado recentemente. A bióloga explica que é um problema de saúde pública porque ele se reproduz sozinho e gera sintomas fortes, que provocam “pane” no corpo (oscilação dos batimentos, dor e formigamento, náusea, vômito, agitação, apneia e até convulsão).
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Aranha marrom – Diferente da armadeira, não é agressiva, é pequena (chega a medir 3 centímetros de envergadura) e prefere ambientes internos. Ficam escondidas dentro de casa. O acidente com esse tipo de aranha acontece quando ela é esmagada, momento em que libera veneno. A dor não costuma ser imediata. Geralmente, aparece um ponto preto no membro ferido, com uma bolha cercada por vermelhidão. A dor mais forte pode ocorrer até 24 horas depois. O ferimento causa necrose, muitas vezes sendo preciso remover a pele morta para que os tecidos possam se restabelecer. Dependendo da quantidade de veneno injetado e da gravidade do caso, pode provocar problemas renais ou mesmo anemia aguda.
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Cascavel – Essa espécie costuma ser mais exigente com o ambiente. Já foi encontrada nas proximidades, como Butiá e General Câmara. Embora pouco comum, é o acidente com cobras que mais mata em razão da potência do veneno e da dificuldade em neutralizar o efeito. Alguns dos sintomas comuns são pálpebra caída, hemorragia, urina com cor escura, insuficiência respiratória aguda, dor intensa em todo o corpo e visão turva.
Mariposa (Hylésia) – As escamas do corpo batem na luz e acabam caindo. Ao entrar em contato com a pele, provocam dermatites. Quando há infestação dessa mariposa, é recomendado que se faça uma limpeza geral no ambiente, inclusive com troca de roupas de cama.
Aranha viúva-negra – Ainda não é comum no Estado, mas já foi registrado aparecimento desse tipo de aracnídeo em lavouras de tabaco. Por isso, é importante ficar alerta. Tem cerca de seis centímetros de envergadura e, geralmente, finge-se de morta, atacando somente após ser esmagada. Entre os sintomas estão náusea, vômito, salivação, retenção urinária e pálpebra caída. “Quem teve conta que a impressão é de que vai morrer. Sente dor em todo o corpo e até dificuldade de caminhar”, comenta Cynthia.
Coral – Embora seja comum em todo o Estado, são raros os acidentes com corais (o último teria sido em 2014). É pequena e não dá o bote, atacando somente ao ser atingida. Em razão das características dos dentes e da boca, nem sempre consegue injetar o veneno. Costuma estar entre folhas e em buracos. Apesar de acidentes com cascavéis serem os que mais matam, os com corais são mais graves por causa dos sintomas que provocam. “A musculatura para e a pessoa não consegue mais respirar”, diz a bióloga.
Taturana – É mais perigosa na fase de lagarta. O veneno nas cerdas causa hemorragia e sensação de queimadura. Costuma andar em grupo, de dia em troncos de árvores e, à noite, no topo das plantas. Diferencia-se de lagartas comuns por ter o corpo marrom e listras laranjas, e as cerdas mudam de cor conforme a fase (podem ser verdes ou marrons). Preferem ambientes quentes.
Primeiros socorros
Em acidentes com animais peçonhentos é necessário procurar atendimento médico urgente. Para aliviar a dor, a bióloga Cynthia da Silveira orienta alguns cuidados:
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