A pouco mais de dois meses da data-limite para que os futuros candidatos a prefeito e vereador estejam filiados aos partidos pelos quais pretendem concorrer, o cenário eleitoral começa aos poucos a clarear em Santa Cruz. Os últimos meses foram marcados por um intenso troca-troca entre siglas, pela ascensão de pequenas legendas e a chegada de novas e por uma reorganização das forças políticas locais.
No panorama atual, que ainda pode se modificar até o pleito, o prefeito Telmo Kirst, que não pode mais concorrer, tem seis partidos em sua órbita. Além do PSD, ao qual se filiou no ano passado, já asseguraram apoio o DEM, PL, Cidadania, Republicanos e Solidariedade. O grupo que cerca o prefeito é, em boa parte, formado por dissidentes da oposição, como os vereadores Ari Thessing e Elstor Desbessell.
A grande dúvida é quem será o candidato a prefeito apoiado por Telmo. Embora grande, o grupo não gerou até o momento um nome natural. As especulações mais fortes envolvem o secretário da Saúde, Régis de Oliveira Júnior, e o próprio Elstor.
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Já no campo adversário, o quadro, por enquanto, é de fragmentação. PTB e PSB, únicos partidos que jamais estiveram aliados a Telmo, iniciaram um namoro que tem fortes chances de resultar em uma chapa – o vereador Mathias Bertram e o ex-candidato a prefeito Fabiano Dupont são os nomes prioritários. Já PP, MDB, PDT e PSDB idealizam uma grande aliança, mas todos têm seus próprios pré-candidatos. Em outras frentes, o Novo já fechou questão em torno de Carlos Eurico Pereira e o PSL lançou Ivan Keller, mas não descarta coligação.
Com o fim das coligações para a proporcional, os partidos empenham-se como nunca em ter nomes fortes para concorrer a vereador, já que dependerão apenas de seus próprios votos para conquistar vagas na Câmara (confira no quadro alguns dos nomes de cada um dos partidos).
AS PRÓXIMAS DATAS
5 de março a 3 de abril – Período em que vereadores poderão trocar de partido sem perder o mandato.
4 de abril – Até essa data, quem pretende participar da eleição precisa estar filiado a um partido.
20 de julho a 5 de agosto – Período em que os partidos estão autorizados a realizar convenções para oficializar alianças e candidaturas.
O CENÁRIO ATUAL
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Grupo governista
PSD – O partido tornou-se uma força relevante na cena política local com a filiação de Telmo Kirst. Embora Telmo evite ao máximo antecipar a definição do candidato, o secretário de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, vem sendo citado pela direção estadual como uma possibilidade. Entre os nomes para vereador estão os atuais secretários municipais Licério Agnes, Gérson Vargas e Guiomar Machado, além da ex-vereadora Solange Finger, o subprefeito de Monte Alverne, Mauri Frantz, o líder comunitário do Bairro Bom Jesus, Jeferson Redondo, e o ex-suplente de vereador Hilário da Silva.
PL – Último a se juntar ao grupo de Telmo, o antigo PR é o futuro partido do atual presidente da Câmara, Elstor Desbessell (PTB). Elstor, inclusive, é apontado como um dos possíveis nomes para representar o governo na eleição majoritária.
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DEM – Um dos partidos com maior presença no governo atualmente, tem entre os seus principais pré-candidatos o ex-vereador e atual secretário da Fazenda, Nasário Bohnen, o líder de governo na Câmara, Marcelo Diniz, o subprefeito de Linha Santa Cruz, João Cassepp, o secretário de Agricultura, Delsio Meyer, o secretário de Cultura, Edemilson Severo, e o ex-suplente do MDB Cleber Pereira. O ex-vereador Zeno Assmann também é uma possibilidade.
Republicanos – Antigo PRB, o partido deve receber em março a vereadora Bruna Molz, que atualmente está no PTB. Também são possíveis candidatos o secretário de Meio Ambiente, Raul Fritsch, o ex-secretário de Administração Vanir Ramos de Azevedo, o líder comunitário e ex-suplente de vereador Gilberto Piacentini, o ex-vereador José Osmar Ipê da Silva, o empresário Paulo Gomes e o subprefeito de Rio Pardinho, José Luiz Glesse.
Cidadania – O antigo PPS será o destino do veterano vereador Ari Thessing, que deixará o PT em março. A futura nominata para a Câmara também pode contar com nomes como o atual presidente da legenda, Ernesto Doerr, e dissidentes de outras siglas, como Daniel Eick (ex-DEM), Roberto Konzen (ex-PP) e Martim Duering (ex-MDB).
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Solidariedade – Sob nova direção, o partido tenta se manter vivo no município. Embora já tenham cogitado migrar, os vereadores André Scheibler e Elo Schneiders permanecem, por enquanto, na sigla, que também tem entre os possíveis candidatos a secretária de Habitação, Aretusa Scheibler, os ex-vereadores Lenomar Mello e Paulo Beneduzi e os subprefeitos de Alto Paredão, Euclides Henn, e de São José da Reserva, Pedro Helfer.
Grupos de oposição
PTB – O principal partido de oposição tem o vereador Mathias Bertram como pré-candidato ao Palacinho e, na semana passada, formalizou uma reaproximação com o PSB. Para a Câmara, a sigla prepara nomes como o vereador Zé Abreu, o ex-vereador Neri Siqueira, o músico Marcel Knak, o professor de Direito Rodrigo Rabuske, a ativista dos direitos das mulheres Nicole Weber, a ex-suplente de vereadora Márcia Maribel Corrêa e a servidora municipal Mirian Queli Kiefer, que foi uma das líderes do movimento contra a Lei dos Vales em 2018.
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PP – O partido tem no ex-secretário Henrique Hermany o seu nome mais provável para concorrer a prefeito. Não se descarta, porém, que a vice-prefeita Helena Hermany ou o veterano vereador Hildo Ney Caspary sejam indicados. A sigla também pode abrir mão da cabeça em nome de uma composição com siglas como MDB e PDT. Para a Câmara, são prováveis candidatos a líder do Residencial Viver Bem, Ana Paula Bachmann Vieira, e a ex-coordenadora do Escritório de Defesa da Mulher, Priscila Froemming.
PSB – Depois de lançar Fabiano Dupont, que ficou em terceiro lugar em 2016, o partido ensaia uma aproximação com o PTB. A lista de possíveis candidatos a vereador inclui o ex-gerente da Corsan Luiz Fernando Barbosa, o coreógrafo Sandrinho Hip Hop, o ex-policial Ordeli Gomes e a líder comunitária de Boa Vista Verônica Etges.
MDB – A sigla defende a candidatura do vereador Alex Knak a prefeito, mas mantém conversas com partidos como PP, PDT e PSL. Para a Câmara, a legenda trabalha nomes como o do tradicionalista Thiago Baggiotto, o cônsul do Internacional Binho Haas, a ex-diretora de Cultura Margarete Rutsatz e o músico Daiton Mergen.
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PSDB – Após deixar o governo, o partido anunciou que não abre mão de estar em uma chapa na eleição majoritária. Com chances pequenas de retornar ao grupo governista, os tucanos conversam com as frentes de oposição e não descartam até uma chapa pura, com o ex-secretário César Cechinato e o ex-vereador Paulo Jucá. O time de pré-candidatos inclui o atual vereador Gerson Trevisan, o empresário Carlos Augusto Gerhard (Moi), o ativista LGBT Ruben Quintana, o professor Jamal Harfoush e o ex-suplente Edmilson Correa (Abraão).
PDT – Embora tenha o vereador Bruno Faller como pré-candidato e não descarte uma chapa pura, o partido vê com simpatia uma possível aliança com siglas como MDB e PP. Entre os possíveis candidatos a vereador estão o ex-secretário João Miguel Wenzel, a secretária de Educação, Jaqueline Marques, e o comunicador Dogival Duarte.
Novo – Vai participar pela primeira vez da eleição municipal e terá o médico Carlos Eurico Pereira como candidato a prefeito. Atualmente, ocorre o processo interno para seleção de candidatos a vereadores. Entre os nomes que vão pleitear um lugar na nominata estão o do advogado Leonel Garibaldi e do empresário Eduardo Wartchow.
PT – A sigla tem a intenção de disputar a Prefeitura novamente, mas ainda não fechou questão em torno do nome. Para a Câmara, devem ser escalados o atual vereador Alberto Heck, a ex-vereadora Rejane Henn, a ex-candidata a deputada estadual Dienifer Berté e o advogado Doralino da Rosa, entre outros.
PSL – Partido em ascensão no País, tem o ex-brigadiano Ivan Keller como pré-candidato a prefeito, mas não descarta uma coligação. Também prepara nomes para concorrer a vereador.