Apesar de ambas as doenças serem transmitidas por vírus, a monkeypox e a Covid-19 apresentam diferenças importantes. O tema foi abordado em evento da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), realizado no Anfiteatro da área acadêmica Newton Azevedo do Campus Saúde da FURG, em Rio Grande, e contou com a participação de duas especialistas.
Rafaela Mafaciolli, médica infectologista no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, destacou que a diferença principal está na forma de transmissão. “No caso da monkeypox, a transmissão entre humanos se dá principalmente entre o contato pessoal com lesões de pele de uma pessoa infectada ou de objetos recentemente infectados. Para que ocorra a transmissão através de gotículas requer um contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que a gente não observou na pandemia da Covid-19. O Sars Cov-2 é um vírus menor, então é uma transmissão muito mais fácil do que o monkeypox”, explicou.
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Cynthia Molina, médica de Família e Comunidade e diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS-RS), corrobora com a ideia de que há diferenças importantes entre os dois vírus e ressalta ainda que a Covid-19, quando surgiu, era uma doença completamente desconhecida, ao contrário da monkeypox. “Não sabíamos nada sobre a Covid-19. Absolutamente nada. Estávamos tateando em tudo para saber o padrão de doença, como ela ia se comportar e o que tinha de característica diferente nas diferentes populações”, observou a médica.
Segundo a médica, a monkeypox, nome em inglês do patógeno causador da varíola do macaco, é um vírus de DNA, enquanto o Sars-Cov-2 é de RNA. O primeiro, de acordo com a profissional, consiste em uma composição genética mais complexa do que o segundo. Na prática, a diferença está na capacidade de mutação e de resistência dos vírus. O vírus de DNA tem o que é chamado de taxa de mutação menor, mudando menos do que vírus de RNA.
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a varíola do macaco já se espalhou por 92 países, provocando 35 mil diagnósticos e 12 mortes. A testagem para a doença ainda não é oferecida de forma ampla no país e a vacina não está disponível por aqui. No Rio Grande do Sul são 58 casos confirmados e 262 em investigação, com a transmissão comunitária já confirmada.
A prevenção contra a doença envolve o isolamento dos doentes, uso de máscara, e a intensificação de medidas de higiene individuais, como a lavagem das mãos, e ambientais, com a desinfecção de superfícies de toque do paciente. Pessoas diagnosticadas devem receber líquidos e alimentos para manter o estado nutricional adequado e as lesões cutâneas limpas e secas.
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