Os ataques terroristas da semana passada em Paris jogaram luz sobre o debate em torno da nomenclatura escolhida para se referir à milícia radical Estado Islâmico (EI). Em pronunciamentos recentes, o presidente francês, François Hollande, e o chanceler americano, John Kerry, dentre outras autoridades, têm feito uso do termo “Daesh”, que já vinha sendo usado por árabes e curdos há algum tempo.
“Daesh” é o acrônimo para o nome da facção em árabe: “Dawlat al-Islamiyah f’al-Iraq w Belaad al-Sham”. Em português, “Estado Islâmico do Iraque e do Levante”. O termo tem sonoridade semelhante a outras palavras em árabe, como “das”, que remete à ideia de “pisotear” ou “esmagar”.
A conotação negativa do termo desagrada os milicianos. Segundo residentes de áreas controladas pela facção relataram à agência de notícias “Associated Press”, os radicais ameaçaram cortar a língua de quem usasse o acrônimo “Daesh” ao invés do nome completo da organização. Os governos de Estados Unidos e Reino Unido costumam usar o acrônimo em inglês “ISIL”, e, no Brasil, as autoridades empregam o termo “Estado Islâmico”.
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Após a ascensão da milícia, no ano passado, o chanceler francês, Laurent Fabius, disse em um comunicado que usaria o termo “Daesh” para se referir a ela. “Este é um grupo terrorista, e não um Estado. Eu não recomendo o uso do termo Estado Islâmico porque ele desvanece as diferenças entre islã, muçulmanos e islamitas”, disse o ministro.
As raízes do EI, ou “Daesh”, remontam a ao ano de 1999. A organização ganhou influência a partir da guerra civil na Síria, e em 2014, declarou um califado.
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