A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou, nessa sexta-feira, 5, que o leilão do 5G, para selecionar as operadoras de serviços de conectividade utilizando a quinta geração da telefonia móvel, arrecadou R$ 47,2 bilhões. Conforme o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que abriu a solenidade do leilão, o Brasil avança para ter o primeiro 5G da América Latina.
Mas, afinal, o que mudará e como funcionará a tecnologia 5G após a implementação? Em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 FM, o coordenador dos cursos de Computação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Leonel Pablo Carvalho Tedesco, explicou que, com o 5G, será possível ter muito mais conectividade entre objetos, não apenas entre computadores ou smartphones. “Por exemplo, em um quilômetro quadrado, se poderá ter um milhão de dispositivos conectados, que podem ser smartphones, semáforos inteligentes, pulseiras inteligentes, sensores para agricultores ou industriais. Serão elementos conectados gerando dados e, a partir desses dados, será possível tomar uma série de decisões inteligentes”.
A respeito da velocidade da internet, Tedesco explicou que o 5G trabalha com frequências muito maiores de operação, mas será necessário investimento em infraestrutura. “Estamos falando de entre um e dez gigabits por segundo, o que vai trazer uma possibilidade cem vezes melhor de desempenho em comparação ao 4G. Para isso tem que ter muito mais infraestrutura porque, como trabalha numa faixa de frequência maior, ele tem alcance menor, logo, vai precisar de mais antenas espalhadas pela cidade para poder prover esse tipo de comunicação”.
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O especialista afirmou que faixas como a 3G e a 4G permanecerão em atuação. “As outras tecnologias não vão deixar de existir, mas é claro que vai chegar um momento em que é inviável ter a manutenção de determinados serviços. Pode levar um tempo pra acabar, como aconteceu com o sinal analógico de TV, que foi sendo gradativamente desligado”.
As antenas da internet 5G também são mais simples e menores, facilitando o serviço de instalação, diferente do que é atualmente. Além disso, a expectativa é de que a população não pague um valor tão diferente do que está acostumada a pagar pelo serviço de internet. “Há um mercado a ser explorado, mas a ideia é popularizar essa tecnologia, os patamares de custos devem ser similares aos que existem hoje. Como o Brasil é um país de grande população, acredito que a mudança vai ser gradual e com preços competitivos”, completou o professor.
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