Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

saúde e bem-estar

Saiba mais sobre os desafios de conviver com a endometriose

A endometriose é uma doença que provoca o crescimento do endométrio para outras partes do corpo feminino. Conforme explica o ginecologista e obstetra Carlos Eduardo Kämpf, ela foi descrita pela primeira vez em 1921, como uma doença benigna definida pela presença de tecido endometrial (camada interna que reveste o útero) fora da cavidade uterina, como peritônio, trompas, ovários, intestino e bexiga. Segundo ele, a prevalência está aumentada em mulheres com irmãs ou mãe com endometriose, principalmente nas formas mais graves e repetitivas. Mas é excepcional em mulheres na pós-menopausa ou em homens, exceto se utilizarem hormonioterapia.

É uma doença que atinge de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva e está presente em 40% a 50% das pacientes inférteis. “Fatores ovulatórios associados e fatores imunológicos causados pela endometriose poderiam causar um meio hostil para a fecundação, dificultando a migração dos espermatozoides, a implantação endometrial e o desenvolvimento embrionário nos períodos iniciais da gestação”, justifica Kämpf.

LEIA MAIS: Cinco fatos que você precisa saber sobre endometriose

Publicidade

A empresária santa-cruzense Monique Machado, de 32 anos, convive com a doença há 17 anos, mas o diagnóstico só foi confirmado há quatro anos, por meio de uma ressonância magnética. No princípio, ela lembra, começou com quadros de cólicas muito intensas durante o período menstrual. A dor era tamanha, que chegava a provocar desmaios. Mas as medicações por via oral davam conta do problema. Com o passar dos anos, as cólicas se intensificaram e esse expediente já não resolvia mais. Recentemente, ela precisou procurar o plantão hospitalar durante a madrugada em busca de alívio. Somente após a aplicação de morfina o problema foi contornado.

Mas a cólica é apenas uma das dores que a acometem. “A dor é generalizada. Doem as costas, a cabeça, a pélvis, na relação sexual e pra evacuar. São só alguns exemplos. Mas, pra mim, a pior dor é a da alma. É tu te sentir tão impotente diante dessa doença”, explica. Atualmente, Monique está tentando, via SUS, fazer uma videolaparoscopia, que pode ajudar no alívio da doença. Além disso, ela tem uma dieta mais balanceada, com consumo de alimentos específicos, que atuam no alívio de alguns sintomas. As caminhadas também fazem parte da rotina dela, exceto durante o período menstrual, quando as dores são muito intensas.

Diagnóstico

A suspeita clínica, conforme Kämpf, associada ao exame físico, traz a hipótese de endometriose, mas são necessários exames complementares para o diagnóstico. O ultrassom pélvico endovaginal, o transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética são os principais métodos por imagem para detecção e estadiamento. Já para os casos de pacientes com exames normais e falha do tratamento clínico, ele atesta que a videolaparoscopia pode ter um papel fundamental no diagnóstico da doença.

Publicidade

Sintomas

“É importante salientar que a intensidade dos sintomas pode não estar relacionada à gravidade da doença. Muitas vezes, doenças em estágios iniciais levam a um quadro doloroso mais intenso que aquelas com um grau avançado de comprometimento pela endometriose”, acrescenta o especialista. Aproximadamente 40% dos casos são assintomáticos, mas entre eles podem ocorrer:

  • Dores locais, como na parte inferior das costas, parte inferior do abdômen, pélvis, reto ou vagina
  • Dores circunstanciais como ao urinar e evacuar, sobretudo durante a menstruação e durante ou após a relação sexual
  • Sangue na urina
  • Menstruação anormal que pode ser dolorosa, intensa e irregular
  • Infertilidade

Tratamento

A endometriose é uma doença crônica, que afeta a mulher na idade reprodutiva e costuma ter alívio dos sintomas apenas depois da menopausa, quando há um declínio nos hormônios que atingem diretamente o endométrio. O tratamento deve ser individualizado, levando em consideração se o objetivo é tratar a dor recorrente e demais sintomas ou resolver o problema da infertilidade. De acordo com o médico, terapias complementares, como dieta, exercícios, acupuntura para alívio da dor, fisioterapia e psicoterapia podem ajudar.

Outra alternativa para auxiliar no alívio dos sintomas é diminuir o consumo de glúten, lácteos, carnes vermelhas, frios ou embutidos, adicionando à dieta vegetais, frutas e alimentos antioxidantes. A prática de uma atividade física regular também eleva a tolerância à dor. Já no tratamento clínico, o uso de progestágenos de forma contínua resulta no bloqueio da ovulação e pode controlar a dor pélvica crônica decorrente da endometriose. Também o uso dos anticoncepcionais orais combinados (estrogênio e progesterona) pode ser indicado como primeira linha para alívio dos sintomas da doença. E, para o alívio da dor, principalmente aquela relacionada ao período menstrual, os anti-inflamatórios não hormonais são frequentemente utilizados.

Publicidade

LEIA MAIS: ‘Menstruação não é vergonha, é o divino dentro de nós’, diz Aline Riscado

Quando o tratamento clínico não for efetivo, Kämpf afirma que a videolaparoscopia está indicada. “O objetivo é identificar a endometriose e remover por completo todos os focos, preservando a anatomia e a função reprodutiva da mulher. Também podemos indicar naqueles endometriomas mais volumosos, acima de cinco ou seis centímetros, sempre lembrando de preservar ao máximo a reserva ovariana nas pacientes em idade reprodutiva”, justifica.

E, nos casos em que o diagnóstico de infertilidade está presente, após o casal ter sido investigado em relação a outros possíveis fatores, técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas, sejam de baixa complexidade, como a indução de ovulação e a inseminação intrauterina, ou de alta complexidade, como a fertilização in vitro.

Publicidade

LEIA MAIS NOTÍCIAS DA EDITORIA ELAS

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.