Toda crise traz ideias de como se reinventar e, com a pandemia do novo coronavírus, muitos profissionais começaram a migrar para lugares mais calmos e longe das aglomerações, trabalhando de maneira remota. Com isso, passaram a romper os modelos tradicionais de trabalho e desenvolveram uma forma eficaz de desempenhar sua profissão onde estão. O trabalho remoto faz parte do chamado nomadismo digital e neste momento, com muita gente no teletrabalho, observa-se o aumento de produtividade, inspiração, flexibilidade e acessibilidade, o que gera qualidade de vida.
Para quem já trabalhava de casa, como a fotógrafa Amanda Prestes, de 24 anos, a pandemia não trouxe tantas mudanças, mas ofereceu oportunidades de se reinventar. Natural de São Borja e criada em Cachoeira do Sul, ela se mudou para Santa Cruz do Sul há três anos em busca de oportunidades profissionais. Hoje atuando também com marketing, Amanda aproveitou o período de isolamento social para estudar e aprimorar suas habilidades com a câmera. “Aprendi muita coisa, foi um crescimento. Comprei um curso e aprendi a fazer fotografias de gastronomia”, conta.
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Apesar de poder escolher seus horários, a fotógrafa enfrenta também os desafios desta nova forma de trabalhar. “Com tanto tempo na frente do computador, a criatividade fica um pouco podada. A autocobrança também é muito maior, todo mundo que me contrata é um chefe, há essa vontade de entregar um trabalho melhor”, relata. Com experiência anterior em estúdio fotográfico, com carteira assinada, Amanda avalia que prefere as vantagens de sua condição atual, que permite pausas e liberdade de fazer os próprios horários.
Sobre o trabalho remoto, ela considera uma experiência boa, mas tenta não romantizar. “Com o tempo tive que aprender a me organizar, porque a rotina do ambiente de trabalho é uma coisa, mas em casa tem muitas distrações.” Para equilibrar a rotina de edição de imagens com quantidades saudáveis de descanso, a saída foi adotar um horário comercial e se adaptar, além de fazer pequenas pausas durante o dia, longe do computador. Amanda não recomenda trabalhar direto o tempo todo, pois é desgastante e acaba minando a motivação.
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Para Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, este modelo de trabalho é a nova tendência, mas é necessário se organizar para atuar com mais eficiência. Hoje está mais difícil manter o modelo tradicional de trabalho e as organizações procuram se reinventar e pensar em formas mais atraentes para manter os colaboradores engajados, motivados e felizes com suas atividades e responsabilidades. Com isso, surge o nomadismo digital. “Os nômades não possuem a obrigatoriedade de horário e local específicos para a realização de suas tarefas. Isso faz com que o profissional seja mais livre e flexível”, afirma.
O nomadismo digital surgiu com o intuito de trazer uma reflexão do cotidiano vivido pela maioria dos trabalhadores formais. “Os profissionais que levam a vida dessa forma, além de conhecerem novos lugares, estabelecerem novos vínculos e terem flexibilidade de horário e local, conseguem mais aproveitamento criativo. Esses fatores, que podem ser inspiradores, fazem com que o dia seja mais produtivo, saindo daquela rotina que muitos não aguentam mais”, avalia.
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Para os profissionais que querem seguir essa tendência, a especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama, traz quatro principais tópicos para melhorar a performance e embarcar no nomadismo digital.
1 Organização e disciplina:
A organização sempre será a chave para se ter sucesso em qualquer negócio e tipo de demanda e, dentro do nomadismo digital, a otimização de tempo é essencial. Precisamos e podemos sempre ter controle do nosso próprio tempo, mas é preciso ter atenção para equilibrar as 24 horas por dia e os sete dias por semana.
2 Flexibilidade e inspiração:
No caso dos nômades, a rotina de trabalho é decidida por eles. Alguns profissionais rendem melhor durante o dia, outro durante a noite, mas o trabalho sempre flui melhor quando se encontra inspiração. E a flexibilidade une as duas coisas.
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3 Compromisso:
O nomadismo é um estilo de vida. Trabalhar de qualquer lugar do mundo é uma escolha que deve estar alinhada com o compromisso com a qualidade e a produtividade.
4 Qualidade de vida:
Como qualquer escolha, o nomadismo traz ônus e bônus, mas uma coisa que deve ser considerada nesse momento é a qualidade de vida, que precisa caminhar lado a lado com nossos objetivos. Caso contrário ser um nômade pode virar um fator de estresse ao invés de fonte de bem-estar.
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