A safra do pinhão foi oficialmente aberta no dia 15 de abril. A semente é um alimento típico dos gaúchos durante as épocas mais frias do ano. Conforme Vivairo Zago, assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, a expectativa de colheita é de uma quantidade maior em relação ao volume colhido em 2021. Ainda assim, mantendo a baixa produtividade em comparação com a média histórica de produção do Estado, que é de cerca de 900 toneladas, segundo a Emater. Alguns municípios da região têm boa expressão econômica com a atividade. Boqueirão do Leão, Gramado Xavier, Passa Sete, Vale do Sol e Santa Cruz do Sul devem produzir um total de 20 toneladas nesta safra, com previsão de se estender até meados de agosto.
A partir de normativas dos órgãos ambientais, por ser uma espécie em extinção, as araucárias nativas não podem ser cortadas. Já a colheita é regulamentada desde 1976, tornando prática ilegal a extração antes do dia 15 de abril. A data é definida a partir da necessidade do desenvolvimento, que ocorre, em média, no meio de abril. Nesse período, o pinhão atinge a maturação completa e está pronto para consumo. Antes disso, ingeri-lo traz riscos à saúde, pois ele pode apresentar toxicidade em razão do alto nível de umidade, que favorece o desenvolvimento de fungos.
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Na mesa dos gaúchos, a iguaria é tradicional, cozida na panela ou assada na chapa do fogão a lenha. Ainda em pratos como carreteiro e entrevero, não importa como, o pinhão também está presente. Ele ainda faz parte das comemorações típicas. A festa junina é um exemplo de aproveitamento e de valorização do produto local.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou em 2013 o livro O pinhão na culinária, que contempla a história e apresenta diversas receitas, como estrogonofe de carne com pinhão e musse de pinhão com chocolate, entre outras. A publicação pode ser baixada gratuitamente no site.
Dessa forma, alguns trabalhos de incentivo ao plantio são desenvolvidos no Estado. A plantação de árvores enxertadas é um desses estímulos. Isso porque a araucária produz o “pinhão precoce”, com seis a oito anos após plantada. No tempo regular, a planta demoraria de 12 a 15 anos para dar o pinhão. Outra atividade é a Estradas com Araucária. Trata-se de um projeto da Embrapa que viabiliza o cultivo em divisas de propriedades rurais com faixas de domínios de estradas. Os produtores recebem um Pagamento de Serviço Ambiental (PSA), além de benefícios inerentes à prática.
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Fatores que preocupam
Na avaliação de Vivairo Zago, a derrubada das árvores de forma clandestina é um problema que interfere diretamente na produção. Percebe-se uma redução drástica na quantidade de pinhão. Outro fator que influencia a baixa produtividade são alguns produtores que, erroneamente, eliminam as plantas (macho) que não produzem o pinhão. No entanto, elas são essenciais para a polinização e a manutenção da produção das árvores fêmeas. Esses são alguns dos fatores que, a cada ano, contribuem para a alta nos preços. A expectativa deste ano é de que fiquem na média de R$ 11,00 pelo quilo ao consumidor final.
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