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Safra de tabaco tem um leve recuo, mas continua gigante

A colheita de tabaco, que está a pleno vapor nas regiões baixas, mas ainda no início, tende a ser um pouco menor do que na temporada anterior. A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) divulgou nessa quinta-feira, 21, estimativa para a safra 2019/20, prevendo recuo de 2,3% na área e de 2,6% em volume na região Sul, que responde por cerca de 97% da produção nacional.

“Com isso, a estimativa de área plantada nos três estados do Sul do Brasil é de 290.397 hectares, e a produção de 646.991 toneladas”, enfatiza o presidente da Afubra, Benício Albano Werner. Na safra anterior haviam sido registrados 297.310 hectares e 664.991 toneladas. A produtividade permanece estável, com leve recuo de 0,3%, decorrente da interferência climática em áreas específicas.

No Rio Grande do Sul, o volume recua 51.073 toneladas, com a área tendo passado de 145.176 para 126.875 hectares. Santa Catarina igualmente terá queda: a área cai de 93.394 para 88.984 hectares, e o volume, 34.570 toneladas. Só no Paraná a previsão vai em sentido oposto, de incremento, tanto na produção (mais 42.385 toneladas) quanto na área (de 58.740 para 74.538 hectares).

Sobre a qualidade das folhas, Werner lembra que a previsão é de chuvas mais regulares em quase todas as regiões para o fim de novembro, dezembro e janeiro, o que beneficiaria a lavoura.

A colheita estaria em cerca de 14% no todo dos três estados produtores do Sul do Brasil. No Vale do Rio Pardo o índice já seria de 32%. O mais adiantado é o Litoral catarinense, onde a colheita chega a 60%. Regiões mais tardias de plantio e de colheita são o Sul do Rio Grande do Sul, o Planalto Norte catarinense e o Centro-Sul do Paraná.

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ESTIMATIVA PARA SAFRA DE TABACO 2019/20

Região Sul do Brasil
Tipos/Estados Área (ha) Produção (t) Produtividade (kg/ha)
Virgínia 259.067 581.064 2.243
Burley 27.230 56.847 2.088
Comum 4.100 9.080 2.215

Rio Grande do Sul 126.875 269.715 2.126
Santa Catarina 88.984 205.922 2.314
Paraná 74.538 171.353 2.299

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Total Área 290.397 Produção 646.991 Produtividade 2.228
Fonte: Afubra/21-11-2019.

Negociação do preço
Após a conclusão do custo de produção, apurado pela Afubra junto com as federações dos Sindicatos Rurais (Farsul, Faesc e Faep) e as federações dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag, Fetaesc e Fetaep), o próximo passo é a negociação do preço do tabaco para a safra 2019/20. “Estamos em contato com as empresas fumageiras para marcarmos as reuniões individuais. Cremos que estas devam ocorrer na primeira quinzena de dezembro”, ressalta Werner. As negociações devem ocorrer novamente, de forma individual, entre a Comissão de Representação dos Produtores e cada fumageira.

Olho no céu, olho na lavoura
A produtora Julieta Pick, de 46 anos, está otimista com a lavoura de tabaco em sua propriedade, em Cerro Alegre Baixo, no interior de Santa Cruz do Sul. É uma das milhares de famílias na região que, a exemplo dos dados revelados ontem pela Afubra, miram bom resultado financeiro na atual temporada. Embora as folhas estejam mais leves e menos encorpadas, em função do tempo muito chuvoso durante o desenvolvimento das plantas, ela se diz satisfeita com os primeiros resultados da colheita.

“Espero que o clima ajude daqui para a frente. Quando levanta uma nuvem no céu, a gente já fica com receio. Felizmente, até agora escapamos do granizo”, comenta. Na safra 2019/20, a família plantou 70 mil pés de tabaco, em área de 4,5 dos 9,5 hectares da unidade familiar, e a expectativa é de colher em torno de 850 arrobas.

Conforme Julieta, o plantio foi concluído em agosto, enquanto a colheita começou no dia 19 de outubro. Na última quarta-feira, a produtora já havia contabilizado cinco fornadas colhidas nessa safra. “Secamos nos dois sistemas, o convencional e a estufa elétrica”, frisou. Além disso, ressalta que uma estratégia adotada na propriedade é colher o tabaco supermaduro, para ter mais valor agregado na hora da comercialização.

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Por isso, a ideia é seguir a colheita sem pressa, até o mês de janeiro. Com o esposo Gilberto Pick afastado da atividade por problemas de saúde, é Julieta quem conduz os negócios no tabaco, principal fonte de renda na propriedade, contando com o auxílio de familiares e de vizinhos nas tarefas.

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