A movimentação do setor fumageiro já começou para a safra 2024 em Santa Cruz do Sul e região. Além da compra do tabaco dos produtores integrados, as empresas iniciaram o chamamento de trabalhadores temporários para compor os quadros, os conhecidos safreiros. Apesar de 2023 ter sido um ano difícil para a fumicultura, visto o excesso de chuva e os milhares de registros de granizo nas lavouras, as entidades representativas estão otimistas quanto ao preço do produto e também ao número de contratações.
Mesmo com as negociações sobre o preço de venda do tabaco ainda em curso, três das principais empresas do setor – BAT, JTI e Philip Morris Brasil – já iniciaram a compra junto aos produtores e estão com a contratação dos temporários em andamento. Com isso, as pessoas que participaram dos processo seletivos devem ficar atentas aos contatos e às datas para comparecimento. A Universal Leaf foi consultada pela Gazeta do Sul, mas não retornou até o fechamento da reportagem.
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Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Alimentação (Stifa), Gualter Baptista Júnior, a perspectiva para 2024 é conservadora em razão da quebra na produção do tabaco, estimada em 13,7% pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). “Em função disso não temos um cenário otimista para aumento das admissões, mas esperamos que pelo menos se mantenha o número do ano passado”, observa. Para ele, se essa estabilidade for alcançada, poderá ser considerada uma vitória. Em 2023, 12 mil postos de trabalho foram gerados.
A indefinição da tabela de preços, afirma Gualter, dificulta o recebimento do produto pelas empresas e, consequentemente, freia a chamada dos trabalhadores. “Esperamos e estamos na torcida para que isso se desenrole o mais rápido possível, porque a partir dessa definição as empresas recebem mais tabaco e aceleram as contratações.” Ele considera que a situação está dentro da normalidade, mas acredita em uma safra mais curta, considerando a quebra na produção e o menor volume de tabaco que as fumageiras terão à disposição neste ano.
Também devido a esse último fator citado, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, acredita em valorização do tabaco e melhor remuneração ao produtor nesta safra. Segundo ele, mesmo com a suspensão da lei que determinava a compra na propriedade, algumas empresas procedem dessa forma mesmo sem a definição da tabela. “Conforme o que estamos vendo e recebendo dos fumicultores, os preços pagos estão acima do custo de produção”, afirma.
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Considerando ainda a inexistência de estoques de tabaco no Brasil, Silva vê um cenário amplamente favorável para os produtores. “O clima não foi favorável para a produtividade, mas a nossa expectativa é de que isso será compensado no preço.” Na primeira rodada de negociações, realizada em meados de dezembro, somente a JTI apresentou proposta. A segunda rodada está prevista para a próxima semana.
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