Desde o início do mês, produtores trabalham na colheita de pinhão no Rio Grande do Sul. Mesmo com toda a expectativa que cerca esse período, as projeções apontam que a safra será menor. E como consequência da oferta reduzida, os preços devem aumentar.
Amplamente consumida nesta época do ano, a semente da araucária vem apresentando quedas na produção. E o motivo para isso está nas variações climáticas, segundo especialistas. Em Gramado Xavier, o extensionista rural José Barbosa dos Santos, da Emater/RS-Ascar, estima uma perda de 90% em comparação aos anos anteriores. Houve redução de pinhas, ocasionando poucos pinhões. Com isso, a qualidade também foi comprometida.
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Na análise do técnico em agropecuária, a estiagem, somada às altas temperaturas, influenciou a queda de produção. “Afetou o ciclo de reprodução da semente”, afirma.
Em Passa Sete, sede da Festa do Pinhão (considerada o maior evento do município), produtores também identificaram baixas significativas. Há três anos, Izaias Schieferdecker estava acostumado a colher até 3 toneladas da semente. Nesta safra, no entanto, ele estima que serão obtidos cerca de mil quilos. “A cada ano diminuiu”, diz o produtor, que considera o clima o principal fator para a produção abaixo do esperado.
Porém, Schieferdecker ressalta que o preço tem aumentado. Então, apesar da quebra na safra, a atividade continua rentável ao agricultor – que a considera uma fonte extra de receita.
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Conforme o extensionista rural da Emater Anderson Mateus da Silva, além das consequências provocadas pelo clima, outros fatores prejudicaram a safra. Entre eles, a diminuição da área ocupada com araucárias e da gralha-azul, responsável por dispersar a semente, permitindo a formação da árvore. “Não vejo, em um curto espaço de tempo, condições favoráveis para uma produção superior de pinhão”, comenta.
Na área de abrangência da Emater de Soledade – que contempla o Vale do Rio Pardo – , a produtividade do pinhão deve ficar 40% abaixo da safra do ano passado. Segundo o informativo conjuntural da entidade, essa estimativa se deve a duas possíveis causas: o clima chuvoso na fase de polinização e a redução de plantas produtivas (exploração da madeira).
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O assistente técnico regional do escritório regional, Vivairo Zago, afirma que esses aspectos resultam na redução gradativa da produção. Segundo ele, o pinhão que está sendo colhido em 2024 é resultado da polinização e, consequentemente, da floração que ocorreu de agosto a novembro de 2022.
“A umidade durante o período de floração interfere negativamente se houver um período chuvoso. E na primavera de 2023, foi um período de muita chuva. Então, certamente teremos problemas lá na frente”, explica o extensionista rural.
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Além do fator climático, afirma que a exploração da madeira resultou na retirada das plantas produtivas, resultando em menos araucárias e, consequentemente, em menos pinhão.
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