Com estimativa de produção de 2.969.275 toneladas, a Safra de Inverno 2020 no Rio Grande do Sul foi anunciada na tarde dessa terça-feira, 16, em coletiva de imprensa on-line, e teve a participação do presidente e do diretor técnico da Emater/RS, Geraldo Sandri e Alencar Paulo Rugeri. De acordo com levantamento feito em 286 municípios gaúchos, a amostra revela uma tendência de consolidação dos grãos de inverno na metade Norte do Estado, a partir da instalação de empresas de fomento nessas regiões, em especial de canola e cevada.
Neste ano, os principais grãos de inverno (trigo, cevada, canola e aveia branca) serão cultivados em 1.300.966 hectares, enquanto na safra 2019 foram preparados 1.131.966 hectares e obtida uma produção de 3.128.548 toneladas. “É importante destacar o sistema de produção planejada, que trabalha o tripé de planejamento a curto, médio e longo prazos, profissionalismo e gestão, o que dá segurança e consolida o resultado das propriedades”, defende Rugeri.
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Principal produto da estação, o trigo deverá ter produção de 2.189.837 toneladas. Cultivado numa área de 915.712 hectares, 20,34% a mais do que na safra passada, que foi de 760.914 hectares, o grão apresenta tendência de produtividade média de 2.391 quilos por hectare. Concentrado nas regiões de Santa Rosa, Ijuí e Frederico Westphalen, chama a atenção o fato de o trigo ter aumento em 120% a área a ser cultivada na região de Porto Alegre, passando de 500 hectares na safra passada para 1.100 hectares neste novo ciclo.
A canola se estabelece como importante cultura no Estado, com 34.444 hectares (6,55% a mais do que na safra passada, que foi de 32.326 hectares), em especial nas regiões de Ijuí e Santa Rosa. Nesta, serão cultivados 17.538 hectares, incentivados por uma empresa que fomenta e processa a canola. Apesar da grande variação nas produtividades nos últimos anos, a expectativa para esta safra é de produtividade de 1.243 quilos de canola por hectare.
A cevada também se consolida como grande alternativa de produção nas regiões de Frederico Westphalen, Erechim, Passo Fundo e Ijuí. A cultura registra variação de produtividade nas últimas safras e a expectativa para este ano é de 2.498 quilos de cevada por hectare.
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Na aveia branca, o Rio Grande do Sul está se consolidando com o objetivo de produção de grãos, com acréscimo de 6,31% de área, “o que é motivo de alegria”, ressalta o diretor técnico, Alencar Paulo Rugeri. Com produtividade média de 2.051 quilos por hectare, o Estado deverá ter produção de 634.908 toneladas, concentrada na Metade Norte gaúcha.
A aveia preta grãos tem expectativa de cultivo em 237.469 hectares, 4,46% a menos do que na safra passada, que chegou a 248.566 hectares, sendo as principais regiões produtoras Santa Rosa e Ijuí. Entre as regiões que apostam na cultura, a de Soledade apresenta para esta safra um aumento de 133,77% na área cultivada, passando de 320 hectares com aveia preta na safra passada para 748 hectares como estimativa para esta safra.
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Condições meteorológicas
A apresentação da estimativa de produção da Safra de Inverno inovou com a participação do meteorologista da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Flávio Varone, que destacou a tendência climática para os próximos meses.
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De acordo com Varone, o Modelo Climático Regional indica, para o trimestre junho-julho-agosto, chuvas dentro da normalidade na maior parte do Estado, associadas com a passagem mais frequente de frentes frias, e em algumas áreas poderão ocorrer valores superiores à média. As temperaturas médias tenderão a ser superiores à média climatológica em junho, normais em julho e inferiores à média em agosto, que indica a ocorrência mais frequente de massas de ar frio durante a segunda metade do inverno.
Para a próxima primavera, trimestre setembro-outubro-novembro, a previsão aponta para um possível evento La Niña de fraca intensidade, com noites e madrugadas frias até meados de novembro. Assim, os modelos climáticos indicam que a precipitação deverá ocorrer normalmente em setembro e mostram maior probabilidade de um período seco durante o mês de outubro. As temperaturas médias tendem a valores superiores à normal climatológica durante todo o período.
Para o presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, a credibilidade da instituição, ao longo da história de mais de seis décadas, se deve a toda uma capilaridade muito grande de trabalho em 100% dos municípios gaúchos; por isso, os números e as estimativas são sempre muito assertivos. “Não só pelo trabalho dos nossos extensionistas, mas de uma grande parceria com outras entidades, principalmente com a Seapdr, que é nosso braço forte, visto que a Emater é a executora das políticas públicas do governo do Estado e da Seapdr, liderada pelo nosso secretário Covatti Filho”.
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