O medo de contaminação com o novo coronavírus fez com que muitas pessoas evitassem as viagens durante o feriado prolongado da última semana. A perspectiva de ruas desertas fez com que comerciantes fechassem as lojas no sábado, 2, para evitar a baixa do movimento de clientes, o que em parte não aconteceu. Na manhã de sábado, por exemplo, um grande volume de pessoas circulava nas ruas centrais de Santa Cruz do Sul.
A família do reciclador Jornas Berny, morador do Bairro Santa Vitória, aproveitou a folga para tomar sorvete no Centro. Berny explica que o trio formado por ele, a esposa Luana Moraes Rodrigues e o filho Renan Samuel Rodrigues Berny leva a sério as regras de distanciamento social. Por conta disso, evitaram qualquer programa que implicasse em aglomeração – como, por exemplo, uma viagem. “Nem visitas recebemos em casa”, destacou Luana.
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No entanto, nas quadras da Marechal Floriano, o que se via na manhã de sábado era um grande fluxo de pessoas. Muitas não usavam máscaras de proteção – possivelmente por conta do calor na faixa dos 30 graus–, outras com máscara, porém algumas com nariz e boca destapados. Como não havia cobrança de Rapidinho, as vagas de estacionamento foram quase todas ocupadas, o que reforçava a impressão de ruas lotadas.
Já quem precisou trabalhar, encarou com naturalidade o sábado de feriadão no serviço. Brenda Guedes de Souza (foto) é figura conhecida do Centro: na esquina entre as ruas Ramiro Barcelos e Marechal Floriano, faça chuva ou sol, ela está á vendendo as cautelas do Trilegal. “Eu fico direto, das 8h30 às 17 horas aos sábados. Durante a semana, a gente fica um pouco mais, enquanto as lojas estão abertas”, contou.
De acordo com ela, a necessidade de trabalhar em dias de feriado é algo bem resolvido. Há dois anos ela trabalha com a venda do certificado e garante gostar muito da atividade que ela faz. “Na véspera do sorteio, que ocorre domingo, sempre sai bastante certificados, então eu gosto de trabalhar nestes dias, não vejo problema algum”, garantiu a vendedora.
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Pequenas aglomerações e poucas pessoas com máscara
O primeiro domingo do ano registrou um número menor de pessoas na área central de Santa Cruz em comparação com os anteriores. O fato de algumas pessoas estarem fora da cidade e outras em casa, descansando para retornarem às atividades nesta segunda-feira, levou alguns a aproveitarem o pouco movimento para caminhar ou sentar sob a sombra das árvores espalhadas nas praças da Bandeira e Getúlio Vargas. A maioria dos frequentadores não fazia uso de máscara de proteção e, enquanto alguns procuravam manter algum distanciamento, pequenas aglomerações também eram vistas.
Em um ponto privilegiado, na esquina da Rua Marechal Floriano com a Ramiro Barcelos, Olmiro Correa, de 79 anos, e Geci Correa, de 63 anos, que residem no Bairro Várzea, aproveitavam a tranquilidade da cidade após as comemorações de fim de ano. O casal, que passou o Natal em casa com a família e o Ano-Novo na chácara em Vera Cruz, se impressionou com a tranquilidade que não era vista há vários meses na cidade. “Eu estou achando bem calmo e tranquilo. Quase sempre, quando não tem feriadão, o Centro fica muito movimentado e agora, com parte das pessoas viajando, é mais calmo. Hoje é a primeira vez desde março que conseguimos vir para a praça, porque está sempre lotado e a gente tem muito medo de contrair a doença”, diz o aposentado.
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O dia ensolarado e de temperatura agradável também serviu como um refúgio para os pais levarem seus filhos para brincar. “É um tédio com três crianças o tempo todo dentro de casa sem ir à escola e sem ter o que fazer, fica difícil. Trouxe eles para brincar um pouco”, comenta a auxiliar de serviços gerais Ana Lúcia Nicareta, que reside no Bairro Santo Antônio. Ela, o marido Jonathan Henrique Machado, que é auxiliar de produção, e os filhos Alice, de 2 anos, Sofia, 6, e Pedro, 10, se distraíam no espaço dos brinquedos. “A gente vem e tenta se cuidar, porque o vírus está aí mas não tem como controlar as crianças. Passamos álcool em gel e quando chegamos em casa eles já vão direto para o banho”, conta.
Colaborou a jornalista Rosibel Fagundes
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