Por Camila Giovana, Henrique Bauer, John Kaercher, Lauren Fernandes e Paula Schoepf
Estudantes da disciplina de Jornalismo de Dados*, do curso de Jornalismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc)
O crescimento urbano e industrial necessita cada vez mais de fontes energéticas, o que leva ao aumento da emissão de poluentes no meio ambiente. Tal situação provoca uma insegurança associada às mudanças climáticas. Neste contexto, a implantação e o uso de energias renováveis podem contribuir para o desenvolvimento social e econômico, além de favorecer o equilíbrio do ecossistema. A longo prazo, o uso destes recursos favorece a redução da concentração de gases poluentes na atmosfera, não alterando a paisagem natural com sua extração. Além disso, não oferecem risco iminente de contaminação e poluição das áreas onde são produzidas e, utilizadas em grande escala, se tornaram mais baratas para a produção de energia, favorecendo a preservação do meio ambiente e redução de efeitos nocivos à saúde.
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Um dos recursos de energia renovável mais eficientes são as placas fotovoltaicas, painéis que captam a luz solar fazendo a conversão dos raios em energia elétrica, sem emissão de gases poluentes. No Brasil, há mais de 20 mil empresas atuantes no ramo. O país é propício (por sua localização geográfica) para o processamento de energia solar em maior escala, o que o coloca em uma posição de destaque no cenário regional e global. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, as fontes renováveis atingiram uma demanda de participação de 46,1% na matriz energética, o que representa três vezes o percentual mundial.
Já o Rio Grande do Sul, estado que ocupa o 3º lugar em relação ao número de unidades consumidoras que geram energia fotovoltaica, se destaca por ser um dos estados com a maior concentração de energia limpa fluindo, chegando a 76,1%. Na região dos Vales do Rio Pardo e Taquari, interior do estado, grandes empresas, de abrangência nacional, como a Solled, estão ganhando cada vez mais espaço e novos consumidores.
Além das grandes empresas, consumidores residenciais também optaram pelo uso da energia solar, levando em consideração a relação custo x benefício e o investimento a longo prazo. Essa é uma tendência que vem se confirmando e ganha ainda mais força com a atual situação da energia no País. Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estimou que a conta de energia elétrica vai aumentar 21% em 2022, o que faz com que as pessoas busquem outras alternativas, com menos impactos financeiros – entre elas, a energia solar.
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Em Santa Cruz do Sul este crescimento é notável. Ao todo, são 810 instalações, conforme dados da ANEEL. Trata-se da cidade da região do Vale do Rio Pardo que mais investe neste tipo de energia renovável e limpa. De acordo com os números, o ano de 2021 é o de maior desenvolvimento do setor na cidade, com 328 instalações. Conforme o aposentado João Carlos Silva, a decisão de fazer este investimento levou em consideração a possibilidade de financiamento junto a uma cooperativa de crédito. Ele decidiu colocar as placas solares também nas casas das suas duas filhas. “Foi algo que pesquisei muito, e estou muito satisfeito com o atendimento já prestado pela empresa”.
Ao fazer uma avaliação com os fornecedores, muitos usuários constatam que os valores das parcelas de financiamento das placas solares podem ser menores do que se costuma pagar mensalmente pela energia elétrica. Esse investimento tem um retorno médio de 5 anos. A partir daí, é necessário pagar somente uma taxa.
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João Carlos Silva comenta que colaboradores da empresa responsável pela energia solar de sua residência explicaram como tudo irá funcionar. “Tem uma taxa que deve sempre ser paga à fornecedora de energia elétrica. Eu não sabia disso, mas foi tudo conversado antes de assinar qualquer papel, foi feita toda uma análise na minha casa e na casa das minhas filhas”.
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O custo de um investimento da energia solar é muito variável, pois depende do local, da moradia, do tipo de negócio. Em média, se calcula em torno de R$ 10 mil, mas não existe uma tabela fixa com valores. Normalmente, um engenheiro é enviado para análise do local e considera as especificidades da situação. Já a durabilidade da estrutura é estimada em 25 anos.
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O Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras decidiu pela instalação do sistema. Segundo o tesoureiro, Sérgio Luiz Reis, a opção foi feita por questão de economia, consciência ambiental e, “inclusive para servir de referência e incentivo para os associados”. Segundo Sérgio, hoje o sindicato tem 108 placas instaladas e a economia chega a cerca de R$ 3 mil. “Sem dúvida o investimento é muito bom, com rápido retorno”, avalia.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 76,1% da geração de energia solar distribuída no Brasil é representada pelos consumidores residenciais, 14,2% pelos consumidores comerciais e serviços e os outros 9% estão distribuídos entre o meio rural, industrial, poder público, serviço público e iluminação pública.
Um dos maiores desafios da atualidade é conciliar o crescimento das empresas e a urbanização, com a preservação do meio ambiente. Diante das adversidades, a Assembleia Geral das Nações Unidades (ONU) e seus parceiros trabalham com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. Entre estes, o de número sete tem como foco a Energia Limpa e Acessível.
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De acordo com Marcel Martins, engenheiro eletricista, mestre em Sistemas e Processos Industriais, por se tratar de uma energia considerada 100% renovável e limpa, a energia solar é uma das possibilidades quando se fala em economia e proteção ao meio ambiente. Além de auxiliar na redução da poluição e das emissões de carbono, “ela também serve de solução para fornecer energia a lugares de difícil acesso e que poderiam, com uma infraestrutura mínima de placas solares e baterias, gerar energia para pequenos consumos, que iriam facilitar a vida nestes lugares de dificuldade extrema”, pontua.
Para Elias Dresch, engenheiro bioquímico e mestre em Tecnologia Ambiental, a redução de impactos ambientais depende das nossas ações. Tanto em sociedade, quanto no meio ambiente é necessário ter um pensamento consciente voltado para redução de atos ou ações que possam gerar danos à natureza. Além disso, conforme o engenheiro, as fontes de energia renovável são variadas e existem inúmeras oportunidades. Saiba mais no áudio abaixo.
Por ser um mercado em constante crescimento, com grande número de empresas surgindo na área, é importante tomar alguns cuidados. De acordo com o engenheiro Marcel Martins, “devemos ficar atentos em itens como experiência e reputação do fornecedor e, neste tipo de compra, atentar principalmente aos equipamentos utilizados (marcas e modelos), na eficiência das placas, na possibilidade ou não de expansão, no tipo de instalação das placas, no tempo de garantia dos equipamentos. Uma boa dica é, sempre que possível, visitar alguma instalação desse fornecedor”, sugere.
O engenheiro também sinaliza que as placas fotovoltaicas precisam ser limpas de acordo com a indicação do fornecedor, pois a sujeira acumulada irá diminuir a capacidade de geração de energia. “Esta limpeza deve ser feita por profissional qualificado ou com acompanhamento do mesmo, devido a estarmos lidando com equipamentos energizados, muitas vezes instalados em telhados, onde teremos o risco do trabalho em altura”, reforça.
Entenda mais sobre os dados de Santa Cruz do Sul e dos municípios vizinhos a partir de pesquisa realizada com a empresa Solled Energia:
Nos 10 anos de empresa, foram 994 clientes nas cidades citadas, totalizando 45.736 módulos instalados, potência de mais de 16 megawatt.
Variam de acordo com as vendas por cidade.
Outubro, novembro e dezembro.
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Os valores de investimento variam de acordo com o consumo em kW de cada local. Trabalhamos com projetos personalizados por cliente. Por exemplo, em uma residência com consumo de 300kW, o investimento é em média, de R$18.000 a R$25.000, mas isso é muito variável, conforme local de instalação, tipo de telhado e ligação, além das demais taxas que podem ter, a depender da concessionária/município. Veja, em vídeo, mais explicações sobre as usinas residenciais.
Mesma resposta da questão anterior – é muito variável. Para um comércio com consumo médio de 1.000 kW, o valor médio de investimento fica em torno de R$ 45 mil. Salientando que há vários pontos a serem analisados para estas definições e negociações. Além dos detalhes repassados na questão anterior, também há a necessidade do laudo civil para estas instalações, buscando sempre a maior segurança ao cliente. Veja, em vídeo, mais explicações sobre as usinas comerciais.
Muito variável do projeto, tipo de telhado, inclinação.
Outra questão que é variável, quanto maior for o consumo do cliente em kW, mas rápido será o playback do sistema.
De acordo com o consumo em kW do cliente, fazemos um projeto personalizado, onde o sistema irá atender a demanda de uso deste cliente, podendo ele gerar energia, além de utilizar em períodos de menor incidência de sol. A potência do sistema é definida de acordo com o consumo de kW e a geração dos módulos é em watts.
Todos. Não há restrições que tenhamos conhecimento. O que pode ocorrer é falta de espaço físico, telhado que não suporte o peso, enfim, são casos analisados. Mas, de modo geral, todos podem avaliar o investimento que atenda sua necessidade da melhor forma possível.
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*Este conteúdo faz parte do Projeto ODS Gaz-Unisc, uma parceria entre os cursos de Comunicação e Fotografia da Unisc e o Grupo Gazeta. Os autores são acadêmicos das disciplinas de Redação Jornalística e Jornalismo de Dados, ministradas pelas professoras Patrícia Regina Schuster e Cristiane Lindemann. As pautas direcionam o olhar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) – um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
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