Ruy Gessinger: “A força de um jornal”

Como vocês talvez recordem, consegui por gentileza do meu amigo Borowsky, colunista da Gazeta, localizar o exemplar que contém um artigo que escrevi aos 16 anos. Eu brandia contra a discriminação racial nos Estados Unidos.
De vez em quando, quando já adulto, escrevia algo, sempre lia a Gazeta, cujos exemplares minha mãe guardava com muito zelo, para eu ler quando a visitava. Sei que não sou uma unanimidade, mas que tenho muitos amigos leitores é fato. Muitos me mandam comentários pelas redes sociais.

Recebi um e-mail do Odilo Mallmann, meu amigo, assinante da Gazeta, comentando o assunto do Kappesberg. E narrou episódios da vida dele que muito me tocaram, pela semelhança do que comigo aconteceu. “Nos últimos dois anos do antigo ‘primário’, tive um professor formado num internato. Me convidou, falou com meus pais e lá fui eu em março de 1968. Recém fechados 14 anos. Um choque na vida. Nunca tinha saído de casa por mais de um dia. Tinha que passar no exame de admissão. Na chegada ao colégio, tinha que levar roupas e materiais de higiene pessoal, colchão e uma enxada para trabalhar na horta e na roça uma vez por semana. Os alunos anteriores costumavam sentar no cabo da enxada e quebravam para fugir do trabalho, embora todos vindos de famílias de minifúndio agrícola. Meu número de identificação dos pertences era 92. A limpeza do colégio, servir as mesas nas refeições, lavar a louça, etc., tudo era feito em equipes escolhidas por um de confiança da direção. E uma freira supervisionava. Na limpeza, a ordem era simples. Não fez direito, faz de novo. Na volta, banho de chuveiro, claro, frio. Das 8 horas ao meio-dia. E das 13h30 às 17 horas, aulas. Liberdade para visitar a família, na Páscoa, férias de julho e fim de ano. Ah! Para quem tinha optado em trabalhar na granja, para não se expor ao sol, tipo fazer ração, tratar os porcos, coelhos, galinhas poedeiras e tirar o leite das vacas, nas férias, tinha que manter o serviço, pois o colégio não tinha como pagar funcionários além do único gerente da granja. O regime do quartel era generoso na comparação. Disciplina, dedicação aos estudos, exigências de notas mínimas 7, respeito aos colegas, etc., era o mínimo que se exigia de um futuro professor. Até me emociono hoje pela gratidão ao sistema.”

Outro amigo, Alceu Lau, me mandou comentário sobre os banhos gelados no Colégio Santo Inácio. “No inverno, a piscina quase chegava a ficar com uma placa de gelo em dias de geada. Mas o frio não era impedimento para dar mergulhos nas águas geladas.”

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Aí está a força da Gazeta! A interação.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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