Neste domingo, 15, um trecho do eixo norte da RSC-153, que liga Barros Cassal a Vera Cruz (até o viaduto sobre a RSC-287), completa nove anos desde que foi oficialmente inaugurado. A estrada concebida para ser um novo corredor de exportação, ligando o Norte ao Sul do Estado pelo Vale do Rio Pardo, transformou-se em um problema para quem passa pelo trecho.
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O motorista da Secretaria Municipal de Saúde de Gramado Xavier, Ademir Augusto Battisti Júnior conhece bem o risco que é transportar vidas pela RSC-153. Segundo ele, faltam acostamento, segurança, pista de qualidade e até sinal de celular. “Se acontece um problema com a gente, se uma roda quebra, vamos consertar como?”. Battisti diz que o trecho é muito perigoso e torna-se pior quando chove. “Em dias de chuva os buracos e as falhas do asfalto se escondem em meio à água acumulada sobre a pista.”
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O motorista explica que às vezes é melhor utilizar estradas de chão batido, passando por rotas alternativas, do que se arriscar em meio aos buracos da 153. “Veio a época da chuva, mas ela passou e os buracos continuam na rodovia. Quem roda por ali todos os dias sabe como é complicado e como é necessário. Todos os deslocamentos para atendimento médico passam pela RSC-153”, comenta.
Quem também conhece as dificuldades da falta de manutenção da 153 é o empresário Carlo Zagonel. Ele tem uma serraria em Gramado Xavier e três carretas que transportam madeira pelo Rio Grande do Sul e para Santa Catarina. Toda a produção dele escoa pela BR-153, e o trecho entre Barros Cassal e Vera Cruz é, segundo ele, o pior. “Nós temos um estoque de pneus e rodas de caminhão. Não passa uma semana sem ter que substituir um ou outro. Este custo extra é descontado de nossa margem de lucro”, reclama.
Segundo o empresário, a tendência é que a situação piore com a colheita da soja, no segundo trimestre de 2020. A cultura, que recém foi plantada, predomina nas lavouras da região, enche as carretas e movimenta a RSC-153. “Falta manutenção. Foi uma estrada muito boa quando foi concluída, mas o Estado se esqueceu dela”, critica Zagonel.
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A Gazeta do Sul percorreu o trajeto de Soledade a Vera Cruz pela RSC-153. O asfalto entre Soledade e Barros Cassal foi recuperado. Tem sinalização vertical e horizontal. Entretanto, os problemas estruturais começam a partir do quilômetro 271, no acesso a Gramado Xavier. Em alguns momentos fica difícil até para desviar dos buracos, pois não há espaço suficiente no acostamento e o fluxo de veículos em sentido contrário é sempre grande.
Outra rodovia com problemas identificados pela reportagem é a ERS-412, que faz a ligação de Vera Cruz a Rio Pardo, passado por trás do Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul. Nessa não há sinalização – sequer existe alguma indicação do nome da rodovia. O trajeto apresenta problemas estruturais e também não tem acostamento adequado.
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O que diz o Daer
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou que os danos na rodovia acontecem em razão do desgaste natural do pavimento, especialmente pelo trânsito de veículos pesados. Por meio de nota, a autarquia informou que as equipes de manutenção atuam em trechos críticos da RSC-471 (o chamado eixo sul).
Após a conclusão desses serviços, estão programados reparos na RSC-153 e na ERS-412. Sobre a sinalização da RSC-153, o órgão informa que a revisão será realizada assim que for retomado o contrato de sinalização.
Em relação ao total investido na manutenção da rodovia, o departamento informou que não existe um valor fixo destinado para cada estrada. Conforme o Estado, as manutenções ocorrem por meio de equipe própria e contrato de conservação da 3a Superintendência Regional de Santa Cruz do Sul.
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