Com início às 17h51 dessa quinta-feira, 20, o inverno deverá ter chuvas dentro ou pouco abaixo da média e dias com temperatura muito elevada. A previsão é da MetSul Meteorologia, que considera ainda a transição do fenômeno El Niño para o La Niña. A alta possibilidade de bloqueios atmosféricos na região central do Brasil, que acompanharam as enchentes do segundo semestre de 2023 e de maio e junho deste ano, contudo, pode provocar novos episódios de precipitações intensas. Já na agricultura, o prognóstico é bom para as culturas.
Apesar de a maioria dos modelos climáticos internacionais indicar um inverno com chuva abaixo ou muito abaixo da média nos três estados do Sul do Brasil, a MetSul avalia de forma diferente. De acordo com a empresa, essa previsão deve se confirmar no Paraná e em parte de Santa Catarina. O Rio Grande do Sul e algumas regiões catarinenses terão volumes próximos ou mesmo acima dos valores climatológicos da estação. Ainda assim, é improvável que o Rio Grande tenha tempo chuvoso persistente, com períodos prolongados de tempo firme em julho e agosto.
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Já em relação às temperaturas, a tendência é de uma estação com calor acima ou muito acima da média na maior parte do Brasil, com destaque para a Região Centro-Oeste, o Noroeste do Paraná e o interior de São Paulo. No Sul, o Paraná é que deve ter termômetros com curva acima dos padrões do inverno. A expectativa é semelhante em Santa Catarina, mas em menor intensidade. O mesmo vale para o Rio Grande do Sul, mas as massas de ar frio terão maior frequência e influência.
Diante desse cenário, o inverno não deve ser rigoroso, mas poderá ter dias pontuais com frio intenso. Além disso, o resfriamento das águas do Pacífico, consequência do La Niña, aumenta o risco de frio tardio, entre o fim de setembro e o começo de outubro. Meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Flávio Varone entende da mesma forma. Segundo ele, a parte final da estação deverá ter volumes inferiores à média em praticamente todo o Estado.
Contudo, as temperaturas, na avaliação de Varone, serão mais baixas do que o normal em todo o trimestre e poderão provocar eventos de geadas mais frequentes. Esses valores serão mais perceptíveis em agosto, com destaque para as regiões da Fronteira Oeste, Missões e Alto Uruguai. Já em setembro, estende-se para todo o Estado.
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A previsão de menos dias de tempo chuvoso e mais calor é positiva para a agricultura. Conforme o engenheiro agrônomo Josemar Parise, extensionista rural da regional de Soledade da Emater/RS-Ascar, as culturas de inverno, como trigo, aveia, azevém e outros cereais, desenvolvem-se melhor em períodos secos e com temperaturas não tão baixas. “Eles não toleram chuva excessiva, porque favorece doenças”, observa. A terra encharcada também dificulta ou mesmo impede a entrada de máquinas nas lavouras para aplicar os defensivos.
Parise ressalta que o La Niña não significa falta de chuva, mas precipitações abaixo da média e/ou irregulares. Paralelo a isso, os dias mais curtos e a menor incidência solar diminuem a velocidade de evaporação da água e preservam a umidade do solo por mais tempo. “Então, mesmo que a chuva seja abaixo da média, essa água acumulada será suficiente para suprir as necessidades das plantas.”
A época da colheita também se beneficia do tempo firme. “Com exceção de 2023, em todos os demais anos anteriores nós tivemos La Niña e boas safras, com resposta satisfatória em produtividade e qualidade dos grãos”, afirma.
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Se o fenômeno persistir até o verão, contudo, pode trazer as mesmas dificuldades vistas em 2020, 2021 e 2022. Nesses anos, a estiagem prolongada prejudicou o plantio e o desenvolvimento dos vegetais, acarretando quebra da produção e prejuízos aos agricultores.
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