Durante o julgamento realizado nessa terça-feira, 30, e que acabou condenando Daniel Oliveira, de 24 anos, pelo assassinato de Roberto da Silva, de 36 anos, o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos detalhou pontos importantes do caso, que ajudaram os jurados a entenderem o contexto de criminalidade do meio onde os envolvidos – vítima e réus – viviam. Ele mostrou a folha de um caderno encontrado na casa do adolescente que executou o assassinato, apreendido durante o mandado de busca na residência do menor, onde havia uma frase: “Roubo na vila a cobrança é severa. É os guri”, dizia o texto escrito à mão.
A motivação apurada pela Polícia Civil e detalhada na denúncia do MP é que Roberto da Silva passou por essa espécie de “tribunal do crime”. Foi assassinado a tiros apenas pela mera suspeita de ter furtado a bicicleta de um morador das cercanias de onde o homicídio aconteceu.
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Outras provas corroboraram essa versão. Em uma mensagem localizada no celular de Daniel, havia a afirmação de que a vítima estava “chineleando a banda”, uma espécie de código para dizer que uma pessoa está cometendo crimes em determinado local.
Flávio ainda detalhou aos jurados os resultados de exames realizados no corpo da vítima, que indicaram grande quantidade de teor alcoólico e cocaína no sangue, apontando que ele havia feito uso dessas substâncias pouco antes de morrer. “Ele era viciado em drogas e álcool, e praticava furtos para sustentar o vício”, comentou o promotor. Esse estilo de vida teria gerado revolta nos traficantes que comandam a área, pois a sequência de furtos poderia indicar uma maior presença das forças de segurança em áreas onde há incidência de bocas de fumo.
Para exemplificar, Flávio relembrou do Caso Francine. “Um rapaz quase foi morto por traficantes no Bom Jesus apenas porque houve um boato de que ele poderia ter assassinado Francine Ribeiro, o que estava deixando a polícia muito presente no bairro, e eles não queriam isso. O delegado Menezes chegou a tirar esse suspeito às pressas antes de ser executado, sendo que depois se confirmou que ele não tinha nada a ver com o caso, e sim outro acusado.”
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