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Tudo parado

Rotina do Centro de Santa Cruz muda com a pandemia

Foto: Alencar da Rosa

O movimento no Centro de Santa Cruz do Sul na tarde dessa sexta-feira, 20, estava muito aquém do normal. Porém, era possível encontrar pessoas circulando nas ruas, um cenário semelhante ao que acontece nos domingos. Durante a manhã, aglomerações ainda ocorriam, como as filas no lado externo de agências bancárias. A recomendação dos órgãos de saúde é para que a população permaneça em casa, salvo exceções, em casos de extrema necessidade. As lojas fecham a partir de segunda-feira, conforme o decreto de calamidade divulgado na quinta-feira.

A cozinheira Leni Roesch estava na parada de ônibus à espera da linha Santo Antônio para ir até o Bairro Progresso, onde mora. O motivo do deslocamento foi uma consulta médica. “Se não fosse isso, estaria em casa, junto com meu pai, meu filho e meu irmão”, disse. A exceção da família é um dos filhos, que trabalha em uma indústria fumageira e seguia com expediente normal. “Estamos tomando cuidado, passando álcool gel. Estamos com pequeno estoque para não precisar ir ao supermercado com frequência”, sublinhou.

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Leni só saiu de casa porque tinha uma consulta com o médico

A fiscal de estacionamento Bruna Rosa observou a presença de muitos idosos na rua durante a semana. “Fico apreensiva porque estão na faixa de risco. Alguns parecem não se importar com a ameaça”, analisou. Segundo ela, o número de veículos em sua quadra chegava a cem durante o período do rotativo pago. Agora, o volume é inferior à metade. “Caiu drasticamente. Estamos nos protegendo com álcool gel a cada verificação na quadra. Os clientes pegam o papel de recibo e advertência com a ponta dos dedos. A maioria das pessoas está com receio”, apontou.

A fiscal Bruna percebeu queda brusca no movimento de carros

Na loja de perfumes, foram retirados os expositores, as amostras e os pincéis de maquiagem. Os utensílios da loja são higienizados constantemente. “Mantemos contato a distância com os clientes. O fluxo reduziu muito nos últimos dias”, detalhou a consultora Alyne Motta. Os taxistas também cumprem orientações para evitar contaminação. Volante, painel, câmbio e console são constantemente limpos. “O número de corridas caiu, mas seguimos no ponto. Andamos sempre com a janela aberta, passando pano com álcool em tudo. Estamos tomando cuidado porque todo mundo está apavorado”, explicou o motorista Denilson Santos.

Denilson toma todos os cuidados para evitar a contaminação

Em um estabelecimento com café e bazar, a assepsia é constante no balcão e nas mesas para evitar qualquer possibilidade de contaminação. Conforme a gerente Lis Rabuske, o problema será o fechamento das portas justamente na época em que a loja está repleta de itens para a Páscoa, como chocolates e artigos de decoração. “Recebemos a mercadoria há dez dias. Teremos um prejuízo severo. Aconteceu tudo muito rápido. Agora temos que vencer a ameaça para normalizar as coisas o mais rápido possível”, avaliou.

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Lis prevê grande prejuízo e torce por volta da normalidade logo

Atenção a indígenas e moradores de rua
Tradicional na quaresma, a presença de indígenas no Centro também merece atenção. Conforme Amauri Cipriano, dez famílias da etnia caingangue ficam até hoje no município. Eles vieram de aldeias da região Noroeste, nas cidades de São Valério do Sul e Santo Augusto. A tribo vende cestos de palha e ramos de marcela. Conforme a Secretaria de Políticas Públicas, os índios estão em um espaço especialmente construído para eles no albergue municipal, com banheiros e cozinha. “Às 10 horas de sábado, a Prefeitura de São Valério do Sul vai transportá-los de volta. Com essa crise, eles não teriam como ficar até a Páscoa”, salientou a secretária Guiomar Rossini Machado.

Com relação aos moradores de rua, medidas de prevenção foram adotadas. A partir deste sábado, eles ficarão no albergue, divididos em grupos de até dez pessoas. Todos serão orientados a manter uma distância de um metro e meio entre si. As refeições serão feitas em horários distintos entre os grupos. Apenas funcionários entrarão no local, com máscaras e luvas, além dos usuários. Cada um terá seus utensílios e três serventes farão a higienização completa em todos os turnos. Janelas e portas ficarão abertas. O veículo da abordagem social ficará totalmente higienizado. “Atividades recreativas serão programadas para o período ocioso. Eles serão orientados a lavar as mãos com água e sabão diversas vezes ao dia”, destacou Guiomar.

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Em vista de todas as restrições, famílias da etnia caingangue não ficarão até a Páscoa

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