À conta de inúmeras ações policiais e judiciais, temos sido informados acerca da diversidade e produtividade dos laços e negócios de famílias situadas no entorno do poder público. Consequentemente, também sobre a performance de suas reações e contestações.
Exemplos. O líder da construtora Odebrecht, Emílio Odebrecht, chateado pela continuidade da prisão de seu filho Marcelo, ameaçava contar tudo acerca de seus negócios com o governo anterior.
Incomodado também ficara Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula e ministro de Dilma, eis que sua filha também fora investigada. Ainda hoje são lembrados os dois filhos do presidente Lula, ditos bem-sucedidos empresários. Um deles tão bem relacionado que não pagava aluguel em sua moradia. “Gentileza de um amigo.”
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Na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, seu filho Paulo Henrique transitava influente nos corredores do poder. Exercitava e abusava das relações pessoais e governamentais, principalmente aquelas relacionadas às várias privatizações da época.
Mais presentemente, ainda que de modo indireto, também se destacaram a mulher e a filha de Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara dos Deputados), beneficiárias e usuárias de suas milionárias contas suíças.
O que o “sucesso e bem-estar” desses familiares têm em comum? Participação ostensiva nas estruturas governamentais e acesso a informações privilegiadas. São os “ronaldinhos dos negócios”, como definira o presidente Lula ao defender seus filhos e reclamar da inveja popular e da “perseguição” da imprensa.
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Neste momento, ainda que os fatos denunciados não guardem relação com atos do novo governo – do pai e presidente Bolsonaro –, a “bola da vez” é seu filho Flávio, agora senador.
Embora questionadas e contestadas quanto a sua legalidade e veracidade, as informações divulgadas sugerem dúvidas quanto à lisura dos seus respectivos negócios e operações bancárias.
Como o novo governo tem uma agenda de profundas mudanças nas relações com a imprensa (cobrança de dívidas fiscais, etc.) e o serviço público (previdência, teto salarial, fim da estabilidade, etc.), prevalece – do ponto de vista do governo e do filho Flávio – a teoria da conspiração.
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Dito de outro modo: temerários em perder benesses, a imprensa e setores do serviço público pretenderiam enfraquecer o governo por tabela, atacando o filho do presidente.
Teoria da conspiração, o argumento habitual de todos os governantes sob pressão. Nada de novo. E vale lembrar ditados populares. O choro é livre! Pimenta nos olhos dos outros é colírio! Pau que bate em Chico também bate em Francisco!
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