Fui alertado que cometi um equívoco no artigo publicado na edição de segunda-feira, dia 12/02, sob o título “O pequeno crime”. O fato que mencionei na abertura do texto, em que o presidente teria minimizado em uma de suas falas a ação de adolescentes que se apropriam do celular de alguém para revender, na verdade seria o recorte de uma entrevista, editado durante a campanha do então candidato à Presidência da República.
Depois de ouvir por diversas vezes e em diferentes meios referência a esse episódio, declinei de um procedimento necessário de cautela: checar a autenticidade da afirmação. Peço desculpas.
Mas continuo me preocupando – assim como a grande maioria dos brasileiros – com a política de segurança no País e, sobretudo, com o que se entende por “pequenos delitos”. É uma questão de princípio e não estou querendo ensinar nada a ninguém: em qualquer lugar, instituição, empresa, órgão público, seja onde for, se houver tolerância com as pequenas transgressões, se abre a porteira para os grandes crimes.
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Não questiono a importância do necessário enfrentamento ao crime organizado. Mas a percepção de segurança que o cidadão tem é o que ele testemunha no seu bairro, na sua localidade, na sua cidade, no seu negócio, na defesa do seu patrimônio. Ter o boné e tênis levados por um marginal, a casa invadida, ficar sob a mira de armas até em velório pode ter menor ou nenhum impacto para as autoridades que vivem encasteladas e bem protegidas. Mas para os cidadãos do mundo real têm muita importância. E, por certo, o mínimo que esperam é que a lei lhes dê uma resposta, uma mínima sensação de amparo e segurança.
Por isso considero louvável e digno de reconhecimento o empenho das forças de segurança locais em oferecer essa percepção às comunidades, identificando os marginais que insistem e reincidem no crime, fazendo operações de patrulhamento nas áreas mais vulneráveis. Que perseverem e alimentem nossa esperança de que alguém se importa em nos proteger contra a criminalidade, organizada ou pontual, não vem ao caso.
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