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Romar Beling: “O colono não é só o agricultor”

O final de semana chega com inúmeros eventos e diversas atividades festivas já associadas às comemorações do Dia do Colono e do Motorista, que transcorre na próxima terça-feira, 25. Como é de tradição em toda a região, entidades e sociedades se esmeram em promover atos e momentos de congraçamento entre a população, celebrando esses dois personagens tão essenciais ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Mas é verdade também que, em muitas ocasiões, ocorre uma certa confusão, um certo engano, na compreensão de quem, exatamente, é ao menos um destes homenageados: o colono. Erroneamente, com alguma frequência, tanto a população em geral quanto a própria mídia sugerem que o “colono” referido seja apenas aquele que trabalha ou labuta no meio rural, na agricultura.

O que é equívoco. O “colono” homenageado, como o próprio termo evidencia, é o colonizador, aquele que, tendo se transferido para outra região, próxima ou distante das próprias origens, dentro ou fora do Estado ou do País, ocupou, povoou, colonizou áreas até então devolutas ou parcamente habitadas. Justamente por isso, o Dia do Colono, para as comunidades originadas a partir da imigração alemã, relaciona-se à data de 25 de julho de 1824, quando as primeiras famílias germânicas chegaram às margens do Rio dos Sinos, não muito longe da capital gaúcha, Porto Alegre, para ali iniciarem uma nova vida e, desde então, fazerem prosperar a Colônia de São Leopoldo.

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Ao longo dos anos e das décadas seguintes, novos grupos de imigrantes alemães ingressavam no Estado e se instalavam sucessivamente em novos vales, seja próximo da pioneira São Leopoldo, seja no Vale do Taquari, ou, como ocorreu um quarto de século adiante, no Vale do Rio Pardo, com a fundação da Colônia de Santa Cruz. Nesse caso, as primeiras famílias chegaram à Alte Pikade em 19 de dezembro de 1849; a partir desse grupo inicial, a atual Santa Cruz do Sul foi sendo construída. Alguns anos mais tarde, em 1858, seria a vez de famílias de imigrantes alemães se fixarem na Colônia Santo Ângelo, às margens do Rio Jacuí, na época interior de Cachoeira do Sul, e que constitui a atual Agudo.

Nomear o agricultor, ou o morador do meio rural, de “colono” é duplamente deslocado. Primeiro, porque colonos foram todos os que, imigrantes (alemães, italianos, poloneses, açorianos, russos, ucranianos etc.), colonizaram novas áreas, e tanto faz que isso ocorresse em propriedades rurais ou em núcleos urbanos. Foi assim também nas “novas colônias”, no Noroeste gaúcho e no Oeste catarinense e paranaense, ou mesmo no Mato Grosso. Segundo, porque sugere que o Dia do Colono é o do produtor rural, quando, na verdade, o Dia do Agricultor é festejado apenas três dias depois, em 28 de julho; então, sim, e com justiça, diz respeito exclusivamente ao herói do agro, que planta e colhe riquezas. A todos juntos, nossos respeitos e nossos cumprimentos por seus dias!

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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Heloísa Corrêa

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