A segunda semana de dezembro começou com momentos decisivos para os produtores de tabaco. Ao longo do dia dessa quarta-feira, 10, a Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco, composta pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), federações dos sindicatos rurais (Farsul, Faesc e Faep) e federações dos trabalhadores rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep), se reuniu na matriz da Afubra, em Santa Cruz do Sul, para debater o preço do tabaco para a safra 2019/2020.
Para frustração das entidades representativas dos produtores, contudo, o valor de venda não ficou definido. A agenda, que teve início com reunião das entidades, contemplou encontros individuais com representantes da Souza Cruz, Japan Tobacco International (JTI), Philip Morris, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil e Continental Tobaccos Alliance.
Durante as reuniões, as fumageiras argumentaram que ainda não possuem o valor do custo de produção finalizado, uma vez que a safra não foi concluída. Durante a terça-feira, apenas cinco empresas apresentaram o valor do custo de produção. Com exceção de uma, os números não chegaram ao índice apurado pelas entidades. Ainda nos encontros, outras três representantes da indústria apontaram propostas de reajuste.
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A partir do resultado, os representantes dos fumicultores propuseram que o custo de produção seja construído em conjunto, com o propósito de verificar, inclusive, a realidade vivenciada no campo. Essa medida deve ser colocada em prática no próximo mês, quando também voltam as rodadas de negociação. “Infelizmente, outra vez iremos terminar o ano sem uma definição de preço, sem podermos anunciar ao fumicultor que o produto dele será valorizado de maneira justa. Os fumicultores precisam voltar a ter uma remuneração adequada”, disse o presidente da Afubra, Benício Albano Werner.
Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, “a cada ano os produtores de tabaco ficam mais à mercê do jogo de mercado. É inadmissível uma empresa chegar para negociação sem apresentar o custo de produção ou ainda usar artimanhas para reduzir os percentuais no valor da mão de obra do produtor”.
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De acordo com o regimento do Fórum Nacional de Integração do Tabaco (Foniagro), aprovado de acordo com a Lei da Integração número 13.288/2016, o preço do tabaco deve ser sempre definido em dezembro, o que não foi cumprido para a safra atual.
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