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Literatura

Roberto Saviano é acusado de plágio pelo livro ‘Zero Zero Zero’

Roberto Saviano rebateu as críticas de plágio em “Zero Zero Zero”, seu livro mais recente, publicado em 2014. A partir de entrevistas, escutas telefônicas e sua própria experiência no submundo no crime (que lhe rendeu escolta policial diária desde a publicação de “Gomorra”, em 2006), o autor italiano investiga as conexões do tráfico de cocaína pelo mundo e a extensão de sua influência.

As críticas partiram do jornalista americano Michael Moynihan, do “Daily Beast”. Segundo ele, o livro de Saviano é abarrotado de entrevistas conduzidas por colegas menos célebres de profissão, além de fontes inexistentes e outros “inúmeros casos de plágio”. Para provar seu ponto, Moynihan compara passagens de “Zero Zero Zero” com informações da Wikipedia e matérias dos jornais “St. Petersburg Times” e “Los Angeles Times”. Para o jornalista, o livro de Saviano é “incrivelmente desonesto”.

Ele aponta uma dos relatos de Saviano, a descrição do assassinato do jornalista mexicano Bladimir Antuna García, como inteiramente baseada em um relatório do Comitê para Proteção dos Jornalistas. O autor italiano refutou as críticas em entrevista ao jornal italiano “La Repubblica”. “Nenhum dos personagens de ‘Zero Zero Zero’ é inventado. Cada um deles, do primeiro ao último, é real. O livro é um romance de não ficção e não pode se dobrar às regras do jornalismo investigativo e da não ficção.”

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Ao “Daily Beast”, Saviano disse não ser um repórter, mas um escritor que relata fatos reais. Para ele, isso o isentaria de incluir referências bibliográficas em futuras edições de seus trabalhos. “O livro está no gênero de não ficção, mas é acima de tudo um romance. Por que eu deveria acrescentar as fontes?”, argumentou.

O autor diz encarar as críticas como uma tentativa de deslegitimá-lo motivada pela inveja. “A inveja surge onde há visibilidade”, declarou, dizendo “sentir muito” por seus críticos, incluindo os americanos. O caso de “Zero Zero Zero” não é a primeira acusação de fraude feita por Michael Moynihan. Em 2012, ele expôs a fabricação de citações de Bob Dylan pelo jornalista Jonah Lehrer em seu livro “Imagine: How Creativity Works”.

Tampouco é a primeira crítica semelhante recebida por Saviano, que foi condenado em abril deste ano pela justiça italiana por plagiar três passagens em “Gomorra”. Segundo disse ao “Daily Beast”, os trechos correspondem a apenas 0,6% do livro. Em um deles, o autor copiou textos do “Corriere di Caserta” e do “Crônicas de Nápoles” sem creditar as publicações, referindo-se a elas somente como “jornais locais”.

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