Política

Roberto Jefferson vira réu por tentativa de homicídio contra policiais

A Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou nesta sexta-feira, 9, a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-deputado Roberto Jefferson, que se torna réu por tentativa de homicídio contra policiais federais, resistência qualificada e outros crimes cometidos em 23 de outubro deste ano, quando resistiu à ordem de prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A juíza federal substituta Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, considerou que a denúncia, além de qualificar o acusado, classificar os delitos e apresentar rol de testemunhas, expõe de forma clara e objetiva os fatos que lhe são imputados, com todas as circunstâncias, de forma a permitir o exercício pleno da ampla defesa. 

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A magistrada acrescenta que “indicativos suficientes de autoria emergem da situação de flagrância, narrada nos depoimentos dos policiais federais que efetivaram as diligências, além da manifestação do próprio acusado em sede inquisitorial”.

Tiros e granadas

No dia dos crimes pelos quais responde, o ex-parlamentar estava em casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian, quando chegaram quatro agentes da Polícia Federal que buscavam cumprir o mandado de prisão expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Apesar de estar impedido de publicar nas redes sociais por medida cautelar, Jefferson havia gravado e compartilhado vídeo com ataques misóginos e de baixo calão contra a ministra Cármen Lúcia, do STF, em 21 de outubro. Diante disso, Alexandre de Moraes decidiu que Jefferson deveria voltar à prisão preventiva, mas o ex-parlamentar reagiu à tentativa dos policiais federais de cumprir a decisão.

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Roberto Jefferson chegou a lançar granadas e atirar 60 vezes com armas de grosso calibre contra os policiais, deixando dois agentes feridos. O ex-presidente do PTB também gravou vídeos no dia da ação, dizendo que enfrentaria os policiais, chegou a mostrar a viatura da PF com o para-brisa baleado e admitiu que atirou na direção deles.

Segundo a denúncia do MPF, o acusado lançou contra os policiais uma granada adulterada, com pedaços de pregos cortados envoltos por fita adesiva. Depois de lançar a granada, Jefferson puxou uma arma que estava escondida, e começou a atirar em direção aos policiais, efetuando 30 disparos e esvaziando o primeiro carregador. Apesar dos gritos de “policial ferido”, Roberto Jefferson não cessou o ataque, lançando mais duas granadas na direção dos policiais e, iniciando, em seguida, nova sessão de tiros, com cerca de 30 disparos na direção dos agentes federais.

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Mesmo assim, Jefferson continuou em casa, e só se entregou após sete horas do início da diligência, depois de negociação. De acordo com o Ministério Público Federal, buscas na propriedade encontraram uma arma de fogo de uso restrito, 8.332 munições de uso restrito e permitido e três granadas sem autorização e adulteradas com grandes pedaços de prego.

Preso em Bangu 8

Após se entregar e passar a noite na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio, Jefferson passou por audiência de custódia no dia seguinte e foi encaminhado para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó. O ex-deputado chegou ao presídio à noite, após o desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, confirmar na audiência de custódia, por videoconferência, a prisão dele. O presídio é o mesmo para o qual, no dia 13 de agosto do ano passado, Jefferson foi levado em ação que investiga atos antidemocráticos, na qual ele também é réu.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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