Riscos de golpes e fraudes financeiras

Pesquisa realizada com mais de 3 mil pessoas e divulgada em 2 de julho pela Febraban – Federação Brasileira de Bancos, apurou que 86% dos brasileiros sentem cada vez mais medo de cair em golpes, fraudes ou violação de dados pessoais.

É fato que, permanentemente, novas tecnologias são lançadas no mercado, tornando nossa vida mais fácil, mais produtiva, mais compartilhada, mais instruída, mais divertida, enfim, como sobreviveríamos, por exemplo, hoje sem a internet ou o telefone celular?

Entretanto, as mesmas tecnologias que servem aos cidadãos de bem são usadas, também, pelos meliantes, facilitando suas ações criminosas. Infelizmente, a tecnologia não faz distinção entre quem e como é usada. O mesmo celular que nos permite manter inúmeros e variados contatos pode ser motivo de assalto e, em casos mais extremos, até de assassinatos.

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Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, prefeitos e governadores, visando evitar aglomerações e, assim, combater a disseminação do vírus, impuseram severas restrições às atividades em geral. Muitas dessas restrições foram e ainda são contestadas, inclusive pelo PR Bolsonaro, mas que foram adotadas em praticamente todos os países. Com bancos e outros serviços, principalmente restaurantes, impedidos de atender presencialmente, as pessoas tiveram que recorrer aos canais digitais.

O aumento do uso da internet e de aplicativos, além da criação de novas ferramentas financeiras, como o Pix, despertaram a possibilidade de crimes por parte de meliantes. Nova onda de golpes está deixando muita gente assustada. Não é para menos: criminosos se especializam em fraudar sistemas e roubar dados, conseguindo apropriar-se de grandes quantidades de dinheiro, mesmo sem ter a senha.

Os golpes mais comuns são cometidos através do WhatsApp. A pessoa recebe uma mensagem que parece ser de algum contato, inclusive com a foto dele, informando que seu número de telefone mudou. Sem questionar a mudança de número, na sequência a vítima recebe nova mensagem, solicitando a transferência de algum valor ou o pagamento de alguma conta, com a promessa de repor o valor no dia seguinte.

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Especificamente com relação ao Pix, recentemente implantado no sistema financeiro e que parece que caiu no gosto dos brasileiros, pela rápida e maciça adesão, já foram identificados alguns dos golpes e fraudes mais usadas:

  • centrais de atendimento: golpistas simulam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras, contatando o cliente para regularizar alguma pendência na conta (observar que bancos não costumam entrar em contato pelo telefone para regularizar cadastros ou fazer testes);
  • phishing – “pesca/roubo” de informações pela internet: os usuários são induzidos, através de links por mensagens, e-mails ou redes sociais, a inserir informações bancárias, tokens ou chaves de acesso; a partir dessas informações, os bandidos conseguem transferir valores da conta da vítima;
  • clonagem do whatsapp – o golpista envia uma mensagem como se fosse de uma empresa onde o cliente é cadastrado, alegando manutenção do WhatsApp; ele solicita um código de segurança enviado pelo SMS, com o qual replica a conta em outro aparelho, passando-se pela vítima e pedindo dinheiro aos contatos;
  • Pix cobrança: os criminosos criam QRcodes falsos que redirecionam a páginas e sites clonados, induzindo o usuários a fazer o pagamento para terceiros.

Outra novidade são os grupos de Pix no WhatsApp. Usuários do aplicativo são convidados a entrar no grupo, com a promessa de ganhos de R$ 100,00 a R$ 200,00 por semana. Para ser aceita, a pessoa deve efetuar o pagamento de R$ 1,00 via Pix para a conta do criador do grupo. Em determinado momento, o grupo é fechado e quem entrou por último, perde (trata-se de uma prática ilegal denominada esquema de pirâmide, considerado crime pela Lei nº 1.521/1951).

Nos últimos anos, a redução dos juros básicos do Brasil repercutiu na diminuição dos ganhos nas aplicações financeiras, levando muitos investidores a procurarem alternativas mais rentáveis. Por não distinguirem “o joio do trigo”, acabaram tornando-se vítimas de golpes financeiros, divulgados pela internet. No ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – órgão regulador do mercado financeiro no Brasil – abriu 324 processos envolvendo o “mercado marginal”, a oferta irregular de investimentos feita por pessoas físicas ou jurídicas não registradas na autarquia. As fraudes mais comuns são as pirâmides financeiras.

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Existem também quadrilhas especializadas em golpes que costumam criar sites falsos, usando o nome, logotipo e/ou informações de instituições públicas e privadas, como o Tribunal de Justiça de São Paulo, a Receita Federal , cartórios, bancos e outras. Com mensagens que requerem providências ou contem ameaças, induzem o cidadão a acessar esses sites , momento em que são instalados em seu computador verdadeiros “cavalos de tróia” – programas piratas ou vírus -, que abrem as portas para os meliantes praticarem diversos crimes.

Constantemente, somos alertados sobre golpes no mundo virtual. As dicas dos especialistas se repetem e mesmo com a adoção de cuidados e operações dos órgãos policiais que identificam e desmantelam quadrilhas, as fraudes continuam aumentando, o que indica que sempre há necessidade de atenção e medidas adicionais de segurança. Para quem já passou pela experiência de cair num golpe sabe que é muito fácil ser envolvido, ainda mais quando o contato é feito através do perfil clonado de algum familiar ou conhecido. Como regra geral: desconfiar sempre. Se um familiar ou conhecido informar que trocou de número de telefone, pedir dinheiro ou o pagamento de alguma conta, entrar em contato direto com a pessoa para checar a veracidade da mensagem.

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