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Riscos da sala de aula

Viralizou há poucos dias nas redes sociais o episódio que envolveu a professora Fátima Fernandes, de São Paulo. O WhatsApp que recebi não especificava a cidade onde ocorreu o fato. Ela foi ameaçada pelos pais de um aluno. Tudo começou quando a docente enviou um bilhete à família ao constatar que o aluno não fizera diversas tarefas em aula. O recado de Fátima dizia:

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“É de extrema importância que siga todas as atividades para ele não se perder ao longo do ano. Por favor, conversem com ele”. A mensagem simples, redigida por uma educadora preocupada, foi o suficiente para provocar a fúria dos responsáveis pelo guri. Eles pediram para ela ser ”menos exigente” com o aluno relapso. O pedido, no entanto, veio através de um bilhete sem rodeios, agressivo e ameaçados:

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“Se for exigente demais, vou ter que fazer uma visitinha e bater um papinho bem calmo”, constava na mensagem.

A professora, sentindo-se ameaçada e temendo consequências mais graves no futuro, registrou um boletim de ocorrência na delegacia de polícia próxima à escola.

Certamente essa situação, grotesca e absurda, trouxe à memória do leitor e da leitora alguns exemplos próximos onde pais costumam atribuir o fracasso dos filhos a terceiros. O fato também resume o ambiente que muitos professores enfrentam dentro da sala de aula todos os dias.

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A omissão dos pais, que alegam falta de tempo, mascara a incapacidade para domar a rebeldia dos filhos. Por isso, é bem mais fácil transferir a responsabilidade para os docentes, sobrecarregados porque precisam educar e ensinar.

Ao longo da vida escolar dos meus dois filhos, acompanhei de perto suas rotinas. Trazia os colegas para dentro da nossa casa, fazia churrascos, organizava passeios e organizava encontros com outros pais. Eu sei até hoje o nome dos melhores amigos de meus filhos porque sempre achei importante conhecer aqueles que conviviam com eles.

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O descaso com o desempenho escolar não é um fenômeno dos tempos atuais. Num certo sábado, os pais de uma colega da minha filha simplesmente “esqueceram” da menina em nossa casa, onde se comemorava o aniversário da nossa filha. Perto das 22 horas, a mãe telefonou sem qualquer constrangimento:

– Viemos passear em Gramado e esquecemos da hora… e da nossa filha. Podemos pegá-la amanhã? – falou. Domingo à tarde, o casal buscou a menina que usava roupas emprestadas pela minha filha.
Não bastasse a irresponsabilidade dos pais, muitos alunos ainda sofrem com a lavagem cerebral ideológica em sala de aula. Isso foi visto através de um vídeo onde uma professora de São Leopoldo profere opiniões lamentáveis sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

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