A virada de ano não será como muitas famílias de Rio Pardo desejavam. Ao invés de comemorar a chegada de 2016 em suas casas, a população ribeirinha aguarda ansiosamente pela diminuição das enchentes dos rios Jacuí e Pardo. E, mesmo que lentamente, o nível do Jacuí voltou a baixar ontem, de acordo com a medição feita na jusante da Barragem do Anel de Dom Marco.
Às 17 horas de ontem, o Jacuí media 18,77 metros. O nível chegou a 18,82 pela manhã, o que significa redução de cinco centímetros durante o dia. Ainda assim, o índice segue preocupante, fazendo com que famílias sigam deixando suas residências. Conforme dados da Defesa Civil de Rio Pardo, já são 67 fora de casa. Algumas foram levadas para abrigos montados pela Prefeitura.
Um dos locais mais atingidos foi a região da Praça da Ponte. Grande número de residências está debaixo da água no local, entre elas a casa do aposentado Antônio Carlos de Souza, 68 anos. Ele, que teve que sair às pressas após a rápida elevação do rio, optou por montar uma barraca em frente ao pavilhão da antiga Estação Férrea, local onde estão abrigados filhos e netos.
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Apesar de residir há 25 anos no local, Souza comenta que esta foi a segunda vez em que precisou sair de casa. “Em outubro tive que sair pela primeira vez. Fiquei abrigado na casa da filha. Agora optei por ficar mais perto de casa”, relata, lamentando que teve perdas materiais com a enchente. “Muita coisa acabou ficando. Perdi uma cama boa. Essa cheia ocorreu muito rápido.”
O pavilhão da Estação Férrea foi organizado às pressas pela Prefeitura para servir de abrigo. Embora bem conservado, o espaço apresenta alguns problemas estruturais, especialmente no teto, que tem danos possivelmente causados por granizo. “Era um depósito de pneu velho. O local está bem arrumado, mas ainda não trouxeram os banheiros que prometeram”, contou Souza.
Porto das Mesas também foi atingido
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Distante 10 quilômetros de Rio Pardo, o Balneário Porto das Mesas também foi castigado pela enchente do Jacuí. O local, que escapa das cheias menores por ficar em uma área mais alta, está com algumas casas submersas. Conforme Iraci Dreissig, que reside há 14 anos no balneário, esta foi a terceira vez em que o rio subiu tanto a ponto de alagar residências.
Na sua casa, apenas o segundo andar não foi atingido pela inundação. “Conseguimos resgatar tudo o que estava no primeiro piso. Meu marido está há 20 anos construindo sozinho a casa dos fundos e nunca tinha dado enchentes como as desse ano”, comenta. Natural de Linha Saraiva, interior de Santa Cruz do Sul, Iraci terá que passar a virada de ano no município vizinho.
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