Uma audiência pública na noite de ontem, em Rio Pardo, reuniu representantes de órgãos de segurança para debater a criminalidade no interior. Os assaltos a propriedades e os abigeatos (furtos de animais) foram os principais temas do encontro. O debate foi organizado a partir de uma iniciativa do Sindicato Rural e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em parceria com a Câmara de Vereadores. O encontro ocorreu no Parque de Exposições Apelles de Quadros, com a participação da comunidade.
“O nosso homem do campo está acuado. Está vivendo um momento de extrema insegurança”, afirmou o presidente do Sindicato Rural, Ramiro Pereira Rego, referindo-se ao fato de que, nos últimos meses, o município passou a sofrer com a maior incidência de crimes. A mesa reuniu ainda o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Aldemir dos Santos, a presidente da Câmara de Vereadores, Helena Etges, o delegado da Polícia Civil, Anderson Faturi, a promotora de Justiça, Christine Mendes Ribeiro Grehs, o prefeito Fernando Schwanke, o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, major Fábio Azevedo, o vice-prefeito Jorge Habekost e o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Dimas Gottardo.
Schwanke relatou que a propriedade de familiares foi uma das atacadas. No roubo, dois empregados foram baleados na cabeça. “Começamos a sentir essa violência que nós não estávamos acostumados.” Ele sugeriu que se dê continuidade ao debate do tema, com a busca de medidas mais efetivas. O delegado Faturi lembrou que, na semana passada, um grupo responsável pela maior parte dos ataques a propriedades no interior foi preso em uma ação da Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar. “Nosso efetivo é cada vez menor e nosso trabalho é cada vez maior. A polícia está trabalhando como nunca.”
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Segundo Faturi, o efetivo da Polícia Civil em Rio Pardo corresponde a 30% do necessário. Ele afirmou ainda que a maioria dos criminosos envolvidos são do município. Ressaltou que, além dos presos na Operação Altamira, existem mais dois grupos identificados. A polícia trabalha na busca de provas.
O major Azevedo reiterou que a BM trabalha nas prisões, em ação conjunta com a Polícia Civil, e também na prevenção de crimes, com as Patrulhas Comunitárias do Interior. “Nós, policiais, nos indignamos com a situação. Procuramos dar a melhor resposta possível.”
O comandante disse que o número de abigeatos – 26 em julho – caiu neste mês. Em agosto, um caso foi registrado pelo 2º BPM em Amaral Ferrador. “Isso é reflexo do trabalho da polícia.” Ele ressaltou o apoio dos bombeiros, que na semana passada conduziram uma embarcação pelo Rio Jacuí na busca por assaltantes. Um deles foi preso pela BM.
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Abigeatos
Em relação aos abigeatos, o delegado afirmou que o grupo preso na semana passada também era responsável por praticar a maioria desses crimes, especialmente nas áreas próximas ao Rio Jacuí. A promotora Christine Grehs lembrou que houve alteração recente na legislação para abigeato. Antes quem cometia esse crime respondia por furto, com pena de um a dois anos. Agora a lei prevê condenação de dois a cinco anos.
Colabore
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A Polícia Civil e a Brigada Militar solicitaram que a comunidade colabore com informações, denúncias e também com o registro das ocorrências. Em alguns casos as pessoas, principalmente no interior, optam por não registrar os crimes de furto, o que dificulta o trabalho da polícia. Informações que auxiliem a esclarecer os delitos devem ser repassadas à Polícia Civil, pelo 197, e à BM, pelo 190.
“São sempre os mesmos envolvidos”
A promotora Christine Grehs falou sobre os roubos registrados neste primeiro semestre e também das prisões dos suspeitos. “O que se percebe é que são sempre os mesmos envolvidos. Cinco ou seis que resolveram aterrorizaram a cidade e o interior.” Ela ressaltou que a maioria desses identificados já está presa em virtude desses crimes. “Temos condições de reverter essa situação, como já está sendo revertido.”
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