Rio Pardo confirmou neste domingo, 5, a quarta morte em decorrência de coronavírus. A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou que outra paciente, de 87 anos, residente da Instituição de Longa Permanência de Idosos, veio à óbito nesta manhã. O município expressou solidariedade com as famílias de todas as vítimas da doença e reforçou a necessidade dos cuidados de prevenção.

A classificação da região do Vale do Rio Pardo, divulgada no fim da tarde de sexta-feira, 3, manteve-se com a Bandeira Laranja por apenas 0,04 pontos. Na avaliação do Governo do Estado, ainda não constavam os casos positivados de Pantano Grande, que vieram à público naquela noite. As classificações acontecem sempre nas sextas-feiras de cada semana, com prazo de três dias para que os municípios possam enquadrar-se às normativas de cada bandeira e, na terça-feira seguinte, as regras passam a valer. Entre os dias 3 e 10 de julho, 10 regiões do mapa de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul ficarão em bandeira vermelha e as outras 10, em laranja. Pela primeira vez não há nenhuma região em bandeira amarela, de risco baixo.

A prefeita Rosane Rocha reiterou a necessidade com as medidas de prevenção para contenção da transmissão viral na cidade. Contudo, afirma que nenhuma ação da administração municipal ou fiscalização terá sucesso sem que a comunidade se conscientize do importante papel que possui neste momento. “Não podemos jogar para o outro a responsabilidade. Ela é de cada um de nós. Usar máscara de forma correta, manter o distanciamento e usar álcool em gel todos nós sabemos. Mas o momento agora é de sair de casa em extrema necessidade, tomar conta dos nossos idosos para que não circulem na rua, não andar com crianças em supermercados, não fazer aglomerações na casa de amigos. Estas são apenas algumas das medidas que precisamos levar seriamente em conta”, desabafou a prefeita.

Desde 1º de julho a Prefeitura de Rio Pardo adotou medidas mais rígidas dentro da classificação de Bandeira Laranja, devido à alta curva de ascensão na propagação do Coronavírus na cidade. O Decreto Municipal assinado pela prefeita Rosane Rocha, em concordância com o Comitê de Emergência voltado ao combate do Covid-19, tem validade até o dia 15 de julho e restringe o funcionamento do comércio, indústria e serviço, conforme as prerrogativas permitidas pelo Estado perante as normas de ações de prevenção ao vírus.

Em sua página pessoal nas redes sociais, o Procurador do Município, Hamilton Silveira, também falou sobre o que vem sendo feito pela Prefeitura e os questionamentos levantados pelos rio-pardenses. “A medida que o tempo passa a população aprende a evitar o contágio, embora o crescimento vertiginoso dos casos tenha sido previsto em abril. Tem aqueles que discordam do horário e há os que concordam. Na verdade, todos vivem um período atípico, cujos hábitos, costumes ou comportamentos, devem considerar a solidariedade. Os que criticam esquecem que, também o tempo de exposição dos trabalhadores do comércio, deve diminuir. Tantos falam que as medidas favorecem as aglomerações, mas o esperado é o distanciamento, que não se consegue por decreto. Se pessoas não se ajudam, pouco pode ser feito”, acrescentou o Procurador.

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A Secretária Municipal de Saúde, Sucila Leipnitz explicou que a classificação segue as instruções da Secretaria Estadual de Saúde, onde o risco é calculado de acordo com o cruzamento de 11 indicadores consolidados em dois grandes grupos”, explicou. O primeiro é a propagação, ou seja, a velocidade do avanço, estágio da evolução e incidência de novos casos sobre a população. O outro é a capacidade de atendimento da rede de saúde. O grau de risco é calculado com pesos diferenciados para cada indicador. “Todos os cálculos são feitos pelo governo estadual e são avaliados a nível regional, sem que sejam avaliadas microrregiões dentro das 20 já classificadas previamente. Se uma cidade do Vale do Rio Pardo tiver aumento nos números, atingirá todas as demais desta região. O mesmo vale para as cidades que não tiveram casos registrados da doença, que implicam em fatores atenuantes dentro desta classificação”, explicou Sucila.

Rio Pardo faz parte da região classificada como R28, que compreende as cidades de Santa Cruz do Sul, Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano Grande, Passo do Sobrado, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz. A classificação de Bandeira na R28 segue até dia 10 de julho, e poderá sofrer alteração com base da média de indicadores da região, o que já sinaliza para a Bandeira Vermelha com os quase setenta casos em Pantano Grande em 24 horas e o quarto óbito em Rio Pardo.
Segundo a Prefeita Rosane Rocha, durante a semana serão feitas ações em toda cidade, com o objetivo de conscientizar e conter o vírus. “Faremos a nossa parte enquanto poder público, mas sem o engajamento de toda comunidade, nossos esforços serão em vão. Pedimos para que a nossa gente, sempre tão solícita e solidária, seja agente fiscalizador e faça sua parte. Venceremos este vírus com os esforços de todos”, finalizou Rosane.

Contágio comunitário
Desde o dia 18 de junho, a Prefeitura de Rio Pardo, através da Secretaria Municipal de Saúde, confirmou que o município está sob o status de transmissão comunitária, que é aquela em que não é mais possível localizar a origem da infecção. Dentro deste cenário, as equipes de vigilância não possuem o controle da informação sobre o local de surgimento dos casos.

Quando se dá o início desta modalidade de contágio, o vírus pode estar em todos os lugares, independente de onde o positivado reside. O mais importante é ampliar o rigor com as medidas preventivas: manter o distanciamento social, fazer o uso correto de máscara e usar álcool em gel nos ambientes com maior circulação de pessoas. O município está vivendo um momento delicado e é preciso que cada um cuide de si para que todos fiquem seguros. Não é mais possível localizar a origem da infecção, indicando que o vírus está circulando entre nós.

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