Rio Pardinho terá trecho recuperado de vegetação

A Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Agepardo) assinou contrato, na tarde dessa terça-feira, 17, com a empresa Salix Engenharia Natural, de Frederico Westphalen, para criação e execução de um projeto para recuperar parte da vegetação às margens do Rio Pardinho, perto da estação de captação. O ato ocorreu na sede da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos de Santa Cruz do Sul (Seasc). Os recursos são oriundos de um acordo de contrapartida com a Corsan, relativo à construção do Lago Dourado, duas décadas atrás.

A revitalização da mata ciliar deve cobrir uma faixa de 300 metros em cada lado do rio, a partir de estudo a ser realizado pela Salix. O principal objetivo é evitar a erosão das encostas e o assoreamento do rio, o que prejudica o volume de água para abastecimento do Lago Dourado. Os serviços devem estar concluídos até março de 2022 com investimento de R$ 250 mil, proveniente de um termo de ajustamento de conduta direcionado à Corsan pelo Ministério Público.

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Em 2018, na revisão do plano da bacia, elaborado entre 2004 e 2006, foi constatado que o déficit de mata ciliar é de 60% no Rio Pardinho, com áreas propensas a sofrer erosão por conta da utilização agrícola sem ações de sustentabilidade. O documento foi elaborado juntamente com o governo estadual. A Agepardo foi criada para ser o braço executivo, com capacidade para captar recursos e colocar propostas do plano em prática.

Presidente da Agepardo, Roberto Mendes, agradeceu a todos os apoiadores pelo empenho que tornou o projeto realidade. “Agora vamos conseguir recuperar um trecho, mas esperamos que seja o primeiro de muitos”, disse. Mendes esclarece que os comitês de bacia têm caráter deliberativo. A parte executiva caberia ao Estado, o que não aconteceu. Por isso, a Agepardo foi originada a partir de um modelo do Espírito Santo, em que membros do comitê de bacia criaram uma agência de caráter executivo, como pessoa jurídica. “O MP demostrou interesse e o promotor Érico Barin foi decisivo ao viabilizar nosso primeiro projeto.”

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Mendes salienta que a educação ambiental deve estar presente desde a infância. “A manutenção do nosso corpo hídrico é vital para a vida da região. Dependemos dele de forma primordial e muita gente não tem essa noção. Com o tempo, vamos trabalhando com projetos para recuperação de nascentes juntamente com as secretarias de Educação”, destacou. Para a presidente do Comitê Pardo, Valéria Borges Vaz, a união de forças é o que possibilita a realização dos sonhos. “Todos os que estão conosco é porque acreditam na transformação dos projetos em realidade. É um momento histórico, um marco na trajetória do Comitê Pardo”, enfatizou.

Empresa atua em diversas regiões do Brasil

A Salix Engenharia Natural, fundada em 2014 em Frederico Westphalen, é uma empresa brasileira especializada em consultoria ambiental, monitoramento e correção de processos erosivos em margens de reservatórios de usinas hidrelétricas, taludes e encostas em linhas de transmissão, áreas de mineração, dutovias, ferrovias e rodovias. Os sócios-proprietários são os engenheiros florestais Charles Maffra e Rafael Vendruscolo. A empresa conta com obras no Pará (Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu) e Mato Grosso (Usina Hidrelétrica Teles Pires, no Rio Teles Pires). “São locais que enfrentam problemas de erosão e vamos aplicar técnicas semelhantes de engenharia ambiental aqui no Rio Pardinho. Estamos evoluindo a cada vez que nos deparamos com situações variadas. Vamos elaborar um projeto funcional, aplicado às características ambientais, com base em toda a nossa expertise”, frisou Vendruscolo.

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Para Maffra, será uma satisfação trabalhar no curso d’água do Rio Pardinho, com espécies nativas associadas com rochas e madeiras para fornecer estabilidade aos taludes. “Aos poucos, as plantas vão fazer a função de estabilização do solo e as rochas e madeiras serão incorporadas ao solo. É importante darmos essa contribuição. Também é importante um engajamento da sociedade civil organizada para lutar pela preservação ambiental. A água é fundamental para todos”, sublinhou Maffra.

Agepardo

A Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Agepardo) foi criada em janeiro de 2020 para atuar na defesa, preservação e conservação do meio ambiente, conforme os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, priorizando o uso múltiplo e racional dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do Rio Pardo, que envolve 13 municípios.

A Agepardo é uma associação jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Entre suas ações está o apoio técnico e executivo ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Comitê Pardo). No site da Agepardo é possível conhecer mais a respeito da proposta de trabalho e apoiar as ações desenvolvidas.

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Comitê Pardo

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, instalado em 29 de março de 1999, é um órgão deliberativo apoiado na lei 9.433/97 e na legislação estadual de recursos hídricos (lei 10.350/94). O comitê é constituído por 40% de usuários da água, 40% de representantes da sociedade civil e 20% de órgãos públicos federais e estaduais, chegando a um total de 50 vagas. Todas as atividades do Comitê Pardo são públicas e disponíveis no site da entidade.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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