O rio Pardinho nasce na localidade de Quatro Léguas, em Boqueirão do Leão, e tem a foz em Entre Rios, Vera Cruz, onde se encontra com o Rio Pardo. É um curso d’água importante para diversos municípios da região. Contudo, o descaso de uma parcela da população pode comprometer essa riqueza ambiental. Segundo o Plano de Bacia elaborado pelo Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Comitê Pardo), o rio tem problemas relacionados a secas, cheias, degradação da qualidade da água – de origem urbana e rural –, assoreamento, desbarrancamento de margens, obstrução das calhas fluviais, uso inadequado do solo e déficit de mata ciliar.
De acordo com a presidente do Comitê Pardo, Valéria Borges Vaz, a solução desses problemas requer ações imediatas. Para tanto, o Comitê Pardo e a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Agepardo) iniciaram, em maio deste ano, os encontros da Gestão Integrada do Rio Pardinho, com foco na recuperação do trecho do Médio Pardinho, uma área de 188 quilômetros quadrados. Participam diretamente da iniciativa as prefeituras de Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Vera Cruz; Corsan; Sinditabaco; Irga; Unisc; Afubra e Mercur. Muitas das instituições já fizeram a adesão ao Pacto da Gestão Integrada do Rio Pardinho e outras estão sendo convidadas a participar. O procedimento segue aberto a quem quiser contribuir. Dentre as ações já realizadas pelo grupo estão o mapeamento dos problemas, o levantamento de dados e o início do planejamento das ações, que neste momento estão focadas na recuperação da vegetação ciliar.
Recentemente, um contrato foi firmado entre a Agepardo e a empresa Salix, para recuperação de uma faixa de 300 metros, por meio de um termo de ajustamento de conduta (TAC) acordado entre Corsan e Ministério Público. “O Comitê Pardo seguirá acompanhando e buscando mais iniciativas como essa, pois temos muitos trechos a serem recuperados. Não podemos esperar mais. Precisamos buscar resultados concretos, com ações que possam semear um futuro melhor, que depende de todos nós”, destaca Valéria.
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Para ela, o interesse ambiental deve ser de todos, independentemente de área urbana ou rural. “Com cada um fazendo a sua parte, todos ganham. Precisamos fortalecer o interesse coletivo pelo bem comum. A água é essencial à vida de todos os seres, ao abastecimento, à produção de alimentos, à indústria, à geração de energia. São muitos usos em que não há outro substituto. Cuidar da nossa água e do seu ciclo é o que podemos fazer de mais inteligente por todos.”
A poluição dos rios é um problema ambiental que afeta a qualidade de vida em diversos locais do planeta. O doutor Wolmar Alípio Severo Filho, professor do Departamento de Química da Unisc, cita o exemplo do Rio Citarum, na Indonésia. A poluição excessiva inibe a vida animal e vegetal. O impacto é gigantesco na economia e na saúde. Neste ano, em março, pesquisadores assumiram o desafio de promover uma mudança no cenário.
Para evitar situações extremas como essa é importante fazer o descarte correto do óleo de cozinha, minimizar o consumo ao lavar carros e calçadas e evitar o descarte inadequado de materiais plásticos. De acordo com Severo, os produtos de higiene e limpeza provocam impactos. Por isso, é necessário fazer uso moderado das substâncias. As melhores soluções para redução de danos são os sanitizantes biodegradáveis. “Há produtos caseiros e eficientes, como o vinagre e o bicarbonato de sódio. O detergente é oriundo do petróleo, por exemplo. O uso de fosfato é restrito, por promover a proliferação excessiva de algas, o que provoca um desequilíbrio ambiental”, salienta.
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Severo alerta que todo produto precisa ter um rótulo com as informações obrigatórias definidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estar dentro da data de validade para que a segurança do uso seja garantida. Devem ser armazenados de forma adequada, em embalagens que não estejam danificadas. “E as embalagens não podem ser reutilizadas, devem ser descartadas no lixo”.
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