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ENCHENTE

Rio Pardinho está em situação preocupante; veja imagens de satélite

Tons de marrom no centro dão a dimensão do tamanho das inundações e os estragos provocados pelas águas

Tons de marrom no centro dão a dimensão do tamanho das inundações e os estragos provocados pelas águas

Além das áreas urbanas, propriedades rurais e infraestruturas em geral, as chuvas das últimas semanas provocaram a destruição do Rio Pardinho. Conforme um levantamento preliminar do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Comitê Pardo), os danos são generalizados em praticamente toda a extensão do curso d’água e será necessário um trabalho coordenado de longo prazo para a recuperação.

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o presidente do Comitê Pardo, Adalberto Huve, afirmou que, em todos os anos em que atua no órgão, nunca havia se deparado com uma situação tão crítica e lamentável. Segundo ele, só é possível ter uma noção dos estragos quando se vê as áreas atingidas de perto.

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“Até mesmo os produtores, alguns que vivem às margens do rio há décadas, dizem que nunca havia acontecido um fato tão devastador.” Huve classificou o cenário atual como “muito crítico” e há trechos onde a largura do leito mais do que duplicou.

Imagem de satélite de 26 de abril mostra como era a visão aérea de Santa Cruz e Vera Cruz antes da enchente
Imagem de satélite de 26 de abril mostra como era a visão aérea de Santa Cruz e Vera Cruz antes da enchente

“Existem partes em que o leito do rio tinha 30 metros e agora está com 50 ou 60 metros.” Além disso, no entorno das margens, a visão é igualmente desoladora. “São cerca de 300 metros em que não sobrou nada; e quando eu digo nada, é absolutamente nada.” Toda a vegetação, com plantas de todos os tipos e tamanhos, arbustos, grama, tudo foi arrastado.

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De acordo com o relato de moradores, acrescentou Huve, árvores de grande porte desapareceram. “Não é que saíram da barranca e foram para o meio do rio, elas foram levadas pela correnteza e ninguém sabe onde pararam.”

Acerca das ações conservacionistas que estavam em andamento, o presidente do Comitê Pardo lamentou que a maioria do que havia sido feito foi perdido. Segundo ele, mesmo que a mata ciliar estivesse preservada e não houvesse assoreamento, é provável que tudo teria ocorrido da mesma forma devido ao volume de água sem precedentes até então. “1941 foi uma catástrofe, mas foi muito distante do que aconteceu agora.”

Estaca zero

Outro problema provocado pela enchente e apontado por Adalberto Huve diz respeito ao monitoramento do Rio Pardinho para detectar cheias e emitir os alertas à população. Com o assoreamento e as mudanças de trajetória do leito, ele frisa que o conhecimento que existia anteriormente e servia de base para a tomada de decisão já não é mais válido.

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“Hoje nós estamos diante de uma nova realidade à qual teremos que nos adaptar; ou seja, será preciso identificar o comportamento do rio daqui para frente.”

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