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Rio Grande do Sul perde Paixão Côrtes aos 91 anos

O tradicionalista e folclorista que inspirou a estátua do Laçador, que fica na entrada de Porto Alegre, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, morreu nesta segunda-feira, 27, aos 91 anos, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. Ele estava internado desde o dia 18 de julho, se recuperando de uma cirurgia após ter fraturado o fêmur. Em situação delicada pela idade avançada, Paixão sofreu algumas complicações pós-cirurgicas. Na sede do MTG, em Porto Alegre, as bandeiras estão a meio mastro e o presidente Nairo Callegaro anunciou luto de três dias. O governador José Ivo Sartori também decretou três dias de luto.

Paixão Côrtes, juntamente com Luiz Carlos Barbosa Lessa e Glaucus Saraiva, foi um dos formuladores do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul. Em 1947, como estudante do Colégio Júlio de Castilhos, no chamado “Grupo dos Oito”, criou o Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil. Para o presidente do MTG, foi um homem à frente do seu tempo e que deixa a sociedade gaúcha enlutada. “Tinha uma clareza na construção de seu posicionamento. Foi um historiador que resgatou a identidade, as origens da nossa formação social e cultural. Contribuiu para uma verdadeira revolução cultural ao ser um dos grandes pensadores do Rio Grande do Sul”, disse Callegaro.

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Em 1948, organizou e fundou o 35 CTG, em Porto Alegre, a primeira entidade da história. As pesquisas sobre os aspectos culturais do Rio Grande do Sul foram registradas em diversas publicações e discos, que até hoje servem de guia para o que é seguido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Ainda esteve à frente de programas de rádio.

Paixão Côrtes foi mentor de símbolos do gauchismo, como a Chama Crioula (criada em 1947, como uma extensão da Chama da Semana da Pátria), o Desfile dos Cavalarianos e a Ronda Crioula (que, nos anos 1960, deu origem à Semana Farroupilha). Entre 1949 e 1952, ao lado de Barbosa Lessa, estudou e catalogou mais de duas dezenas de danças praticadas no Rio Grande do Sul, para fundar, no ano seguinte, o grupo de dança Os Tropeiros da Tradição. 

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Natural de Santana do Livramento, o engenheiro agrônomo teve sua vida profissional ligada à Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, onde desenvolveu trabalhos relacionados com a ovinotecnia, com destaque para a introdução da tosquia australiana e a tipificação de carcaças. Recebeu a Medalha Negrinho do Pastoreio como reconhecimento por serviços prestados à cultura e a Medalha Assis Brasil em destaque por seu trabalho em prol da agropecuária. Também foi patrono da Feira do Livro de Porto Alegre em 2010

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