Em janeiro de 2016, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 811 milhões, uma redução de 16,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior (diminuição de US$ 156 milhões). Foi o menor valor exportado em um mês de janeiro desde 2009, quando as vendas externas atingiram US$ 704 milhões. Assim, o estado ocupou a 5ª posição no ranking nacional (7,2% das exportações brasileiras), atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Os dados estão disponíveis desde a manhã desta segunda-feira (22) pelo Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
“O recuo nas receitas de exportação decorre da forte retração em preços (-16,8%), enquanto o volume embarcado para o exterior teve apenas um ligeiro aumento de 0,8%”, explica Tomás Torezani, pesquisador em Economia da FEE. Contudo, “como os dados se referem apenas ao primeiro mês do ano, ainda é cedo para falar em tendência de 2016. Se o câmbio se mantiver no atual patamar, pode ser, por exemplo, que as exportações de industrializados, tanto de semi quanto de manufaturados, melhorem ainda mais”, pondera o pesquisador.
Semimanufaturados
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No mês janeiro, as exportações de produtos básicos alcançaram US$ 293 milhões, as de semimanufaturados US$ 146 milhões e as de manufaturados US$ 366 milhões. Em termos percentuais, 45% das exportações gaúchas foram de manufaturados (44% em 2015), 36% de produtos básicos (48% em 2015) e 18% de semimanufaturados (7% em 2015). Assim, percebe-se o intenso crescimento da participação dos produtos semimanufaturados na pauta exportadora gaúcha em comparação a 2015, e a redução da contribuição dos produtos básicos. No segmento semimanufaturados, contribuíram para o resultado as vendas madeira em estilhas e, sobretudo, de celulose.
“As exportações de celulose cresceram quase U$ 67 milhões, especialmente para a China. O principal fator foi o aumento da capacidade de produção do RS no segundo semestre de 2015, a partir da expansão da fábrica de celulose em Guaíba“, dimensiona Torezani.
Com relação à exportação de produtos básicos, as maiores quedas ocorreram nas vendas de farelo de soja, trigo em grão e fumo em folhas Por outro lado, cresceram as exportações de soja em grão (US$ 20,8 milhões) – praticamente não exportada em janeiro de 2014 -, carne de frango e arroz em grão.
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Já no grupo dos produtos manufaturados, os maiores recuos nas receitas foram em máquinas e aparelhos para uso agrícola, hidrocarbonetos e ônibus. Cresceram as vendas de polímeros plásticos, e refrigeradores/congeladores.
Destinos
China (10,3%), Argentina (9,7%), Estados Unidos (8,9%), Alemanha (4%) e Coreia do Sul (3,9%) se destacam como os principais mercados de destino dos produtos gaúchos em janeiro 2016. Já no comparativo com janeiro de 2015, os maiores crescimentos do valor exportado (e os produtos que contribuíram para tanto) foram registrados para a China (+US$ 59 milhões; celulose e soja em grão), Israel (+US$ 10 milhões; trigo em grão) e Itália (+US$ 9 milhões; celulose). Já os maiores recuos foram para Holanda (-US$ 51 milhões; farelo de soja e éteres alcóolicos), Tailândia (-US$ 37 milhões; trigo em grão) e Bangladesh (-US$ 28 milhões; trigo em grão).
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