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ENERGIA

RGE vai investir R$ 9 bilhões na rede elétrica para suportar condições climáticas

Foto: Alencar da Rosa

Contratempos: os fortes ventos registrados na terça-feira derrubaram árvores e danificaram muitos postes de energia na região

Contratempos: os fortes ventos registrados na terça-feira derrubaram árvores e danificaram muitos postes de energia na região

Quase nove dias após a tempestade que atingiu o Vale do Rio Pardo, clientes da RGE ainda relatam falta luz. O problema se concentra principalmente no interior dos municípios. A demora para religamento irrita os consumidores e motiva ações na justiça. Em entrevista para a Rádio Gazeta FM 107,9, o gerente de Serviços Comerciais da RGE, Fábio Calvo, disse que o serviço de energia elétrica já está praticamente normalizado. Até essa quarta-feira, 24, o último número divulgado apontava para cerca de 600 pessoas sem energia elétrica no Vale do Rio Pardo.

Segundo ele, a concessionária está operando normalmente. No pico do temporal, ocorrido na noite de 16 de fevereiro, 714 mil clientes ficaram sem luz na área de concessão da RGE. A respeito do temporal, Fábio Calvo comenta que os ventos tiveram a velocidade de um furacão. Ele relata que a concessionária recebeu um laudo de uma empresa especializada em estudos meteorológicos sobre os impactos de eventos climáticos, o qual apontou que se tratou de uma tempestade de severidade máxima e atingiu em cheio a sua área de concessão. “Cientificamente, comprova aquela impressão que tínhamos logo no momento que o temporal começou”, diz.

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Dificuldades no atendimento ao interior

Segundo Fábio Calvo, há ainda atendimentos em pontos isolados, principalmente no interior. O gestor reforça que as equipes seguem trabalhando para normalizar o fornecimento de energia elétrica. “Em alguns casos no Vale do Rio Pardo, estamos, quase que desde o primeiro momento do temporal, reconstruindo o caminho elétrico para chegar a alguns clientes. São dois, três, quatro, cinco dias trabalhando no caminho elétrico de uma mesma região para poder chegar ao último cliente que está sem energia.”

Ele também comenta como se dá o processo para restabelecer a energia nas localidades. O primeiro passo, logo após o temporal, é identificar as regiões que foram mais atingidas e colocar todas as equipes daquelas áreas para atuarem imediatamente na emergência. “Nestas regiões, em todas elas, nós temos equipes que trabalham mais voltadas, no dia, para ordens comerciais, e outras que são voltadas para emergência. Porém, todas são capacitadas para emergência”, explica. Já os grupos de áreas que não foram atingidas se deslocam para ampliar a força de trabalho nos pontos mais afetados.

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A maioria dos serviços realizados foram de grande complexidade. Os danos na rede elétrica foram provocados, principalmente, por galhos, árvores e objetos arremessados pelo vento, como explica Fábio Calvo. “Nenhuma subestação da região atingida pelo temporal teve problemas, o problema foi todo na rede mesmo. Por isso, que nós afirmamos que o grande impacto foi de objetos e, principalmente, árvores.”

Segundo Calvo, ao longo da rede há cerca de 6 mil aparelhos denominados religadores telecomandados, os quais informam, via internet, se estão operando ou não. “Quando um deles desliga, é porque aquela região teve um problema mais específico”.

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Substituição de postes e melhorias na rede

A região ainda tem dezenas de postes de madeira na rede elétrica. A RGE, no entanto, intensifica a substituição dessas estruturas pelas de concreto. Fábio Calvo destaca que, nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 7 bilhões na rede. “Muito em virtude do que estudamos em relação ao impacto do El Niño no estado, planejamos ampliar este investimento em aproximadamente 30%. Então, nos próximos cinco anos, nós vamos investir R$ 9 bilhões na rede. Uma das principais características desse investimento é prever situações climáticas adversas. Para se ter uma ideia, hoje, aproximadamente 82% dos nossos postes são de concreto, e são projetados para aguentar ventos de até 117 quilômetros por hora.”

Os postes estão sendo trocados de forma programada. Questionado sobre a substituição do atual modelo de fiação aérea por redes subterrâneas, o gerente de Serviços Comerciais da RGE pontua que, atualmente, cerca de 84% da rede está localizada em área rural. “O custo é muito maior. Uma rede subterrânea tem um custo, só em projeto elétrico, em torno de dez vezes maior do que a rede área.”

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Atenção às questões climáticas

De acordo com Fábio Calvo, o “novo normal” no clima exige atitudes proativas. Uma questão que promete muito debate é quanto à arborização das cidades, para que em casos como o do recente temporal que atingiu a região, seja possível uma retomada mais ágil da energia elétrica aos clientes. Para o gestor, uma eventual substituição de árvores de grande porte precisa ser pensada.

“Há a necessidade de fazermos uma reflexão, uma discussão da sociedade em geral, sobre o tema ‘arborização’. Como nós vamos gerar um plano de arborização urbano e rural para que a gente tenha um convívio melhor e suporte esses eventos climáticos, que tenho certeza que vieram para ficar? É uma necessidade já identificada e, inclusive, já entendida por diversos atores, de que a gente precisa achar soluções para esse tema. Porque nós vamos, em poucos anos, erradicar o poste de madeira na nossa rede”, reflete Calvo.

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