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Revolução Farroupilha: o que a história conta sobre o 20 de setembro

A Revolução Farroupilha, organizada por estancieiros gaúchos, lutava contra o poder imperial do Brasil, mais precisamente contra a política fiscal do governo brasileiro. Na época, o Rio Grande do Sul tinha grande mercado com a produção de charque (carne seca) e a insatisfação dos estancieiros era com relação à cobrança de impostos por parte do governo.

Sob o comando de Bento Gonçalves, a luta se espalhou por parte do território do Rio Grande do Sul, onde se iniciou uma vontade separatista do estado pelo Brasil. Embora não haja consenso entre historiadores para saber se isso realmente ocorreu, o fato é que ainda hoje alguns gaúchos guardam esse sentimento. Para o Brasil, a data marca a revolta civil mais longa da sua história. Ao longo de dez anos, entre 1835 e 1845, a revolta teve como cenário o Rio Grande do Sul. Por esse motivo, a data é tida como uma das mais importantes no calendário estadual.

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A Guerra dos Farrapos teve relação com o contexto político da província do Rio Grande do Sul após a Independência do Brasil. Primeiro, em função da centralização ocorrida no Brasil com a instalação da monarquia. A falta de autonomia política desagradava às elites gaúchas, que defendiam os ideais de liberdade, soberania e federalismo. Entre esses ideais estava a defesa da República, motivo pelo qual os gaúchos desejavam nomear o próprio governante da província.

A insatisfação, antes de tudo, também estava relacionada à Constituição de 1824, que dava atribuições ao Império de decidir quanto cada província pagaria de imposto. Isso se refletia sobre o charque, que era revendido para as províncias do Sudeste como alimento e era distribuído para os trabalhadores escravos.
Na década de 1830, havia muita pressão de São Paulo sobre o Rio Grande do Sul em razão dos preços desse produto. Os gaúchos queriam a redução do imposto do charque e o fim das limitações para a locomoção de gados do Uruguai ao Brasil (muitos dos estancieiros gaúchos tinham propriedades no Uruguai). A situação causava ainda mais indignação pelo fato de o charque uruguaio e argentino ter uma taxação considerada baixa, o que tornava o produto estrangeiro mais atrativo para o mercado nacional.

Não bastasse isso, o governo imperial ainda decidiu implantar um imposto sobre a légua de pasto de cada estancieiro e rejeitava ajuda em momentos de emergência. Por fim, havia altos impostos sobre o sal.
Foi nesse contexto que os revoltosos se reuniram para atacar a cidade de Porto Alegre. Os gaúchos rebelados usavam roupas chamadas de farrapos e ficaram conhecidos como “farroupilhas”, um termo originalmente com significado pejorativo. Já no ano seguinte, os farrapos decidiram pela separação e proclamaram a República de Piratini ou República Rio-Grandense. Assim teve início uma nova fase da revolução, e os conflitos tornaram-se mais agressivos.

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Alguns historiadores afirmam que a proclamação da República Rio-Grandense deu fim à fase da “revolta” e marcou o início da etapa da “guerra”. Bento Gonçalves, um dos líderes do movimento farroupilha, foi nomeado presidente dessa república em 1836, mas só conseguiu assumir de fato no ano seguinte, após fugir da prisão em 1837.

Dez anos de confronto

Os primeiros anos do conflito foram favoráveis aos gaúchos, o que permitiu que eles ampliassem os territórios sob seu controle. Com isso, o movimento se espalhou para Santa Catarina, a província vizinha. Entre 1836 e 1839, a presença dos ideais farroupilhas cresceu na região litorânea, onde estava a cidade de Laguna. Moradores de Santa Catarina atuavam como pontos de apoio para os farrapos.

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Em julho de 1839, uma força armada vinda do Rio Grande do Sul por terra e por mar atacou e conquistou Laguna. Foi então formada a República Juliana, que era federada à República Rio-Grandense. Os farroupilhas tentaram conquistar mais territórios em Santa Catarina, mas as tropas imperiais os impediram.

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Todavia, entre 1838 e 1839, as forças imperiais começaram a derrotar progressivamente os farrapos. O fortalecimento das tropas do governo se consolidou a partir de 1842, quando o Barão de Caxias foi nomeado comandante das armas da província do Rio Grande do Sul. O barão conquistou importantes vitórias no campo de batalha.

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Os farroupilhas, por sua vez, começaram a enfrentar problemas financeiros, muitos deles causados pela ação do Império. Não demorou muito e o Barão de Caxias, combinando ataques militares com diplomacia, levou os líderes do levante para a mesa de negociação. O acordo entre farroupilhas e o Império só se concretizou em 1º de março de 1845, quando foi assinado o Tratado do Poncho Verde.

Fontes: www.escolakids.uol.com.br e www.historiadomundo.com.br

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Guilherme Bica

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