Polícia

Tráfico de drogas pode estar por trás de morte de mulher em Encruzilhada do Sul

A investigação que apura a autoria e as circunstâncias do brutal assassinato da jovem Andressa Caroline de Lima de Freitas, de 27 anos, teve uma importante reviravolta. Preso no dia 17 de outubro por suspeita do crime, o ex-companheiro de Andressa, um homem de 49 anos com quem ele teve relacionamento de cerca de um ano, foi solto dois dias depois por solicitação da própria polícia. O entendimento do delegado Róbinson Palomínio, titular da DP de Encruzilhada do Sul, cidade onde ocorreu o assassinato, é de que o homem não tem relação com a morte da mulher.

Conforme o chefe da investigação, novas informações chegaram ao conhecimento da polícia após a prisão, o que deu novos rumos ao trabalho policial. Além de testemunhas terem confirmado que o homem preso estava em Amaral Ferrador, município cerca de 50 quilômetros distante de Encruzilhada do Sul, na hora do crime, um bilhete deixado na casa de Andressa indica que o crime tem relação com o tráfico de drogas e não motivação passional, como amigas da vítima chegaram a testemunhar a indicar o homem preso, alegando inclusive discussões anteriores dele com a vítima, que era usuária de entorpecentes.

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“Durante os dois dias em que ele ficou preso temporariamente conversamos com um monte de pessoas, com família, com amigos dela, com família dele, com amigos dele e ninguém, absolutamente ninguém, viu ele na cidade de Encruzilhada no dia do crime. E pelo contrário, alguns familiares e amigos disseram que ele estava em um aniversário, e depois foi pra casa com um sobrinho, onde o neto, uma criança de 10 anos também estava e confirma ter dormido na casa do avô”, conta.

Imediatamente após essa informação, mesmo entendendo que o indivíduo ainda figura como suspeito, o delegado Róbinson solicitou a soltura do homem, fato deferido pela Justiça mesmo após manifestação contrária do Ministério Público. “Eu não me senti confortável de deixar uma pessoa presa sem ter a certeza que foi ela. Aí depois disso, a investigação começou a tomar o rumo de uma possível ligação dela com tráfico de drogas, pois havia um bilhete que foi deixado na cena do crime”, disse. Escrito a mão na folha de um caderno, o texto do bilhete dizia: “ou corre com nós ou contra nóis vai. Toma-lhe”.

Parafuso acarretou a morte

O laudo pericial já nas mãos da polícia aponta que ela foi torturada tendo parte de um banco colocado nas partes íntimas, bem como teve os dentes quebrados e a cabeça parafusada. O último ato foi inclusive o que teria causado a sua morte. “Com um martelo, o autor colocou um parafuso de cerca de 10 centímetros na cabeça dela. Conforme a perícia foi isso que causou a morte”, explica o delegado.

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A investigação busca agora identificar quem e quantos foram os responsáveis pela morte de Andressa. Outros materiais estão passando por análise e são considerados fundamentais na elucidação do caso, dificultado pela falta de imagens de câmeras e depoimentos. “Dificulta pois ninguém viu, ninguém ouviu nada, não tem câmeras e não teria tido ameaça a ela até então. Está sendo bem difícil. Nos resta aguardar para o material genético encontrado no banco de madeira, no martelo e nas unhas da vítima para confrontar com possíveis suspeitos”, afirma o delegado.

O crime

O assassinato da jovem ocorreu no dia 15 de outubro, na casa onde ela morava, no Centro de Encruzilhada do Sul. Andressa foi encontrada morta com marcas de violência por todo o corpo, indicando sinais de tortura, e um ferimento grave no crânio. A suspeita da polícia é de que o crime tenha sido cometido no sábado, 14, com o corpo sendo encontrado apenas no amanhecer de domingo, 15.

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Guilherme Bica

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