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Retrospectiva: como foi a evolução da Covid-19 em Santa Cruz

O ano de 2020 foi marcado por um desafio inédito para a humanidade: enfrentar uma pandemia de nível mundial, que obrigou a população a mudar drasticamente seu comportamento para tentar conter a disseminação do vírus. Ao longo de nove meses, Santa Cruz do Sul passou por momentos distintos, das muitas dúvidas e incertezas em março e abril até a desaceleração do contágio em meados de setembro e o retorno ao estado de alerta nos últimos dois meses do ano, com o aumento expressivo no número de casos e a lotação dos hospitais. Para 2021, fica a esperança e a expectativa de que as vacinas sejam, de fato, a solução que esperamos.

19/3 – zero óbitos

Os efeitos da pandemia de Covid19 começam a ser sentidos em Santa Cruz do Sul. O prefeito Telmo Kirst (PSD) determina por meio de decreto o fechamento de todas as atividades comerciais consideradas não essenciais. Por 30 dias, o município experimentou uma realidade incomum, com a maioria da população isolada em casa e pouca circulação de pessoas nas ruas.

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23/3

A Prefeitura inaugura no Ginásio Poliesportivo as estruturas do Ambulatório e do Hospital de Campanha para auxiliar no atendimento e tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença. Com 50 leitos clínicos disponíveis, o local se tornou referência para a população santa-cruzense no que diz respeito à Covid-19.

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4/4

É confirmado o primeiro caso de Covid-19 em Santa Cruz. O caminhoneiro Genésio Dumke, de 48 anos, apresentou os sintomas da doença após voltar de uma viagem a Santa Catarina. No retorno, ele procurou atendimento, realizou o teste RT-PCR e teve o diagnóstico positivo. Ele se recuperou, mas sofreu por vários meses com as sequelas deixadas pela doença.

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20/4

Após mais de 30 dias de portas fechadas, o prefeito Telmo Kirst autorizou a reabertura do comércio em Santa Cruz. Sob diversas regras de distanciamento e higiene e com restrições para a quantidade de funcionários e clientes no interior dos estabelecimentos, as lojas voltaram a funcionar e, com elas, voltou a crescer a movimentação de pessoas nas ruas do Centro.

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8/5 – 1 óbito

Foi confirmado o primeiro óbito de um morador de Santa Cruz em decorrência da Covid-19. Uma mulher de 67 anos, que era interna de uma clínica geriátrica. O caso gerou polêmica na época, pois o diagnóstico foi feito por meio de critérios clínicos epidemiológicos, sem a realização de nenhum tipo de teste.

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11/5

Entra em vigor em todo o Estado o modelo de distanciamento controlado, com o objetivo de orientar as ações dos municípios nas restrições para controlar a disseminação da Covid-19. A principal medida é o mapa de risco, com as classificações representadas pelas bandeiras amarela, laranja, vermelha e preta.

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19/5

Referência na região, o Hospital Santa Cruz (HSC) recebe do Ministério da Saúde a habilitação de dez novos leitos de UTI, que foram utilizados para a criação de uma unidade exclusiva para receber pessoas com sintomas ou diagnóstico confirmado para a Covid-19.

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3/6

Passados três meses do início da pandemia, Santa Cruz ultrapassa a marca de 100 casos confirmados da Covid-19, ao mesmo tempo em que experimenta as restrições variáveis do modelo de distanciamento. Nesse mesmo período, a pandemia já crescia rapidamente, com o Rio Grande do Sul registrando quase 650 mil casos.

8/6

Pela primeira vez o Vale do Rio Pardo, representado como região Covid 28 no modelo de distanciamento, recebe a classificação de bandeira laranja, de risco epidemiológico considerado médio. Ainda que as restrições tenham sofrido diversas alterações, a cor laranja se tornaria quase o padrão para a região, permanecendo por vários meses.

16/6

O fechamento no início da pandemia e as restrições impostas para o funcionamento posteriormente causaram uma crise no comércio de Santa Cruz, com o fechamento de diversas lojas e demissão de trabalhadores. Como reflexo disso, as solicitações de seguro-desemprego mais que dobraram na comparação com o mesmo período de 2019.

11/7 – 2 óbitos

O Vale do Rio Pardo (R28) é classificado pela primeira vez com a bandeira vermelha, de risco alto. A decisão do governo do Estado era preliminar e acabou sendo revertida após o recurso encaminhado pela Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp). Dessa forma, a região voltou para a cor laranja, mas ficou em alerta.

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17/7

A exemplo do que já ocorria no mundo e em outros municípios brasileiros, a Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) decidiu cancelar a Oktoberfest em 2020, o mais tradicional evento do município, em função da pandemia. Posteriormente ocorreria uma edição virtual.

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24/7

Os prefeitos e presidentes das associações de municípios começam um movimento com o objetivo de ter maior autonomia para definir os protocolos e regras do modelo de distanciamento. O governador Eduardo Leite (PSDB) acata o pedido e inicia as negociações, que culminaram na criação do sistema de gestão compartilhada do modelo.

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3/8 – 8 óbitos

Com o crescimento contínuo da pandemia e as aglomerações vistas nas praças e parques de Santa Cruz, uma parceria entre a Prefeitura e o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7 BIB) colocou diversos militares nas ruas durante o fim de semana. Eles distribuíram panfletos e orientaram a população a permanecer em casa e respeitar os protocolos de higiene.

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13/8

Apesar da cor vermelha predominar no mapa de risco, o governador Eduardo Leite cede às pressões e apresenta um cronograma para o retorno das aulas presenciais no Estado. A proposta causou polêmica e dividiu opiniões de pais, professores e especialistas. Enquanto as escolas particulares viram a retomada com bons olhos, os professores estaduais e municipais foram contra.

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25/8

Pela primeira vez o governo do Estado não acolhe o recurso encaminhado pela Amvarp e classifica o Vale do Rio Pardo com a bandeira vermelha de forma definitiva. A região, contudo, passou apenas dois dias sob maiores restrições, visto que o sistema de gestão compartilhada já estava vigorando e permitia a flexibilização das regras.

11/9 – 9 óbitos

Após vários meses de crescimento ininterrupto, a pandemia começa a dar sinais de desaceleração na região e no Estado, com a redução do número de novos casos e óbitos. Dessa forma, as restrições para a atividade econômica e circulação de pessoas previstas pelo modelo de distanciamento social são ainda mais flexibilizadas.

23/9

Observando a disseminação menor da Covid-19 e a consequente redução na demanda por leitos clínicos e de UTI, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul decide desmontar a estrutura do Hospital de Campanha, nas dependências do Ginásio Poliesportivo. O Ambulatório, contudo, permaneceu em operação.

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30/9

Proibidos desde o começo da pandemia, os bufês voltaram a ser permitidos nos restaurantes de Santa Cruz. A liberação por parte do Estado fez parte de um pacote de flexibilizações das regras, num momento em que a pandemia aparentava estar controlada, e foi comemorada pelos proprietários dos estabelecimentos.

10/10

Após vários meses, o mapa de risco volta a ter bandeiras amarelas, representando a desaceleração da pandemia. Foi o melhor momento no Estado no controle da doença desde março, com baixos índices de transmissão e ocupação dos leitos de UTI. Com menos restrições, cresceu o movimento nas ruas e praças de Santa Cruz e a população passou a relaxar no cumprimento das regras.

21/10

Apesar de o governo do Estado ter estipulado o dia 21 de outubro como data para o retorno das aulas no nível médio da rede pública estadual, o atraso na entrega das máscaras e demais materiais necessários para cumprir as regras de distanciamento e higiene acabou por adiar a volta dos alunos às salas de aula. O impasse levaria várias semanas para ser solucionado.

24/10

Com a redução das restrições e a liberação de eventos de pequeno porte pelo Estado, a população também relaxa nos cuidados e lota as áreas públicas, especialmente aos finais de semana. Com isso, após um período de relativa tranquilidade em relação à pandemia, as bandeiras vermelhas voltam ao mapa de risco e preocupam as autoridades.

4/11 – 15 óbitos

Apesar de ter sido previsto para o dia 13 de outubro (Ensino Médio), o retorno das aulas presenciais no Estado foi marcado por uma série de impasses e acabou adiado por várias semanas. O Cpers/ Sindicato chegou a conseguir judicialmente uma liminar para barrar a volta dos alunos às salas de aula. Posteriormente, essa decisão foi derrubada pelo governo do Estado.

14/11

Após algumas semanas de queda nos indicadores e aparente melhora, a situação da pandemia volta a piorar de forma generalizada no Rio Grande do Sul, consequência do relaxamento da população no cumprimento dos protocolos de distanciamento e higiene e também das campanhas eleitorais nos municípios, que foram responsáveis por grandes aglomerações de pessoas.

15/11

Adiadas por 42 dias em função da pandemia, as eleições municipais de 2020 ocorrem no Brasil. O pleito foi marcado por uma série de novas regras de distanciamento e higiene, buscando evitar a disseminação da doença e, ao mesmo tempo, garantir que todos os eleitores pudessem exercer seu direito ao voto. Ainda assim, os índices de abstenção bateram recordes.

28/11

Pressionado pelo avanço no número de casos e também de mortes, além da lotação das UTIs, o governo do Estado classifica todas as 21 regiões Covid com a bandeira vermelha no mapa. Os indicadores de risco apresentam piora generalizada e o Rio Grande do Sul chega ao seu pior momento no combate à pandemia.

1/12 – 25 óbitos

Em mais uma medida para tentar conter o avanço da pandemia, o governo do Estado suspende a gestão compartilhada do modelo de distanciamento. O sistema permitia a flexibilização das restrições por parte das associações de municípios.

10/12

Como consequência do aumento de casos, a lotação dos leitos de UTI na região atinge níveis críticos, com alguns hospitais chegando a operar no limite da capacidade. Os gestores se manifestam, alertando que a capacidade das instituições é limitada e pedindo mais colaboração por parte da população para conter a disseminação do vírus.

14/12

Pela primeira vez desde a implantação do modelo de distanciamento, em maio, a bandeira preta – nível de risco mais elevado previsto – aparece no mapa para as regões de Bagé e Pelotas. A classificação evidencia a gravidade da situação vivida pelo Rio Grande do Sul frente à pandemia, com hospitais lotados e diversos recordes sendo quebrados.

22/12

Santa Cruz do Sul atravessa o pior momento desde o início da pandemia de Covid-19, com 22 óbitos e o total de casos ultrapassando os 3,6 mil. Por várias semanas consecutivas os recordes de novos casos foram quebrados, chegando ao pico de 435 positivos em apenas sete dias. A bandeira vermelha permanece para a região do Vale do Rio Pardo desde o fim de novembro.

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