Retrospectiva 2021: início da vacinação e retomada das atividades marcaram o segundo ano de pandemia

Depois de muita expectativa, as vacinas contra a Covid-19 começaram a ser aplicadas em Santa Cruz do Sul no dia 19 de janeiro. A primeira pessoa imunizada foi a enfermeira Jucelaine Pereira Dias, que atua na UTI Covid do Hospital Santa Cruz (HSC). Ao todo, o município inicialmente recebeu um lote com 4,4 mil doses destinadas aos públicos prioritários. “Estou muito feliz, é um orgulho imenso. Nós esperamos tanto tempo por esse momento, então agora é só alegria”, disse à Gazeta do Sul. Na sequência, o imunizante foi gradativamente sendo liberado para as demais faixas etárias. Por várias vezes, os locais de aplicação registraram grandes filas de pessoas em busca das doses. Até o dia 29 de dezembro, 79,36% da população santa-cruzense já havia recebido as duas doses e 19,79% o reforço contra o vírus.

Com o avanço da vacinação, a quantidade de casos e óbitos teve gradativa redução. No mais recente levantamento da Secretaria de Saúde, 346 pessoas haviam perdido a vida em Santa Cruz do Sul. No fim do ano, o município foi o primeiro a registrar infecção pela variante Ômicron no Rio Grande do Sul. A paciente era uma mulher que retornou de viagem à África do Sul. Mesmo que a situação esteja aparentemente sob controle, as autoridades em saúde seguiram reforçando os alertas sobre a prevenção com uso de álcool em gel e máscara.

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“Continuem se cuidando”

Quando relembra o dia em que recebeu a dose da vacina, Jucelaine Pereira Dias não esconde a emoção. Afinal, a partir daquele momento, ela passou a sentir mais segurança diante do risco que abalou o planeta. Acima de tudo, viu a esperança renascer em meio ao sofrimento.

Agora com o esquema vacinal completo, reforça a certeza acerca da importância do imunizante. Trabalhando na UTI Covid do Hospital Santa Cruz, Jucelaine faz um paralelo entre dezembro de 2020 e de 2021. “Ano passado, vivíamos um momento muito delicado para todos. Eram muitas pessoas internadas. Sofríamos e chorávamos juntos com os pacientes e suas famílias”, recorda. Agora, porém, a situação está melhor. O número de internados diminuiu consideravelmente e a vida vem, aos poucos, retomando seu curso.

Com 15 anos de carreira, ela continua atuando na linha de frente e faz um balanço acerca de tudo o que vivenciou. “Nunca imaginei que a humanidade viveria algo assim. A vida ficou diferente e devemos compreender que o risco é grande. Precisamos fazer nossa parte para que não se repita. Continuem se cuidando”, enfatiza. Para 2022, Jucelaine está confiante de que os dias serão melhores graças à vacina.

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O QUE ESPERAR EM 2022

Adaptação às novas variantes

Para o infectologista Marcelo Carneiro, a nova variante Ômicron do coronavírus parece, até o momento, ser menos agressiva que a Delta e a Gama por uma questão de adaptação. O médico explica que quanto mais agressivo for o vírus, menos chance ele tem de ser transmitido em função do quadro provocado no hospedeiro, que acaba sendo isolado, internado ou morre.

Assim, a impressão que se tem até agora é de que a Ômicron se modificou para provocar quadros menos graves e continuar circulando entre os humanos. Essa mudança pode ser percebida nos sintomas, mais relativos a cansaço e dor de cabeça e menos ligados ao sistema respiratório. “Se for assim, nós vamos nos adaptar ao vírus, ele vai ficar por aí e vamos viver em simbiose. Todo mundo fica bem e teremos de continuar nos cuidando”, observa Carneiro.

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A retomada

Se no período mais crítico da segunda onda da pandemia, entre fevereiro e março, quando foi adotada a bandeira preta com o alerta máximo diante do aumento de casos de coronavírus, a população precisou ficar em casa, com o tempo a realidade foi mudando. As escolas, que vinham adotando o formato híbrido, aos poucos passaram a receber os alunos. Em novembro, o retorno presencial chegou a 100% nas salas de aula santa-cruzenses.

Antes disso, porém, embates relacionados à retomada das aulas chamaram a atenção, como ocorreu em abril, quando o Tribunal de Justiça manteve a suspensão das atividades. Essa decisão resultou em manifestações de famílias e estudantes. O comércio não essencial também voltou a atender, e gradativamente as restrições quanto a horário e público foram sendo flexibilizadas. Antes, no entanto, profissionais dos setores mais impactados organizaram atos que pediam a liberação das suas atividades.

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Expediente
Texto e pesquisas:
Dejair Machado
Textos: Cristiano Silva, Dejair Machado, Iuri Fardin, João Cléber Caramez, Pedro Garcia e Romar Beling
Revisão: Luís Fernando Ferreira

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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