O dia 26 de setembro de 1959 ficou marcado na história de Sobradinho. Nesta data, na localidade de Serra Velha, interior de Passa Sete, o Centro Serra registrava a maior tragédia natural já ocorrida na região. Famílias foram dizimadas pelo desmoronamento de um morro na encosta do Rio Pardo e até o então governador Leonel Brizola sobrevoou a área na ocasião. Na época, o Rio Grande do Sul passava por uma de suas maiores cheias. Oficialmente, conforme o Governo do Estado, morreram 94 pessoas. Porém, segundo o Diário de Notícias de Porto Alegre, foram 31. O sobradinhense Benhur Maieron, um historiador amador e apaixonado pelos fatos registrados no Centro Serra, obteve fotos da tragédia em Serra Velha. “Consegui, após bastante pesquisa, encontrar pessoas que tinham fotografias deste grande desastre”, diz. As imagens são assustadoras e remetem à memória os mais absurdos flagelos humanos.
Segundo o jornal Diário de Notícias de 29 de setembro de 1959, uma grande enchente devastou a parte central do Estado no dia 26 de setembro, um sábado à noite: “O fato mais grave registrou-se onde a situação é um verdadeiro desespero. No Distrito de Passa Sete, que pertence a Sobradinho, na divisa com Candelária, desmoronou o morro de Serra Velha com consequência das últimas enxurradas. Informações transmitidas por rádio amadores captadas pela capital indicam que 14 casas ficaram parcialmente soterradas e 45 desapareceram integralmente. O número de vítimas, segundo as mesmas fontes, atingiu 31 até o fechamento desta edição. Numa casa, apenas, foram encontrados 17 corpos e duas meninas ainda com vida, as quais foram medicadas e passam bem. O local da tragédia está inacessível, tornando improfícuos os esforços das turmas de socorro”.
Cenas dantescas
De acordo com o periódico, cenas dantescas foram observadas pelas que conseguiram se aproximar do local. Famílias desapareceram fatalmente. Outra família com 15 membros ficou reduzida a duas crianças. Uma criancinha foi encontrada amamentando-se em sua mãe, que já havia sucumbido. Uma terceira família, constituída de 22 pessoas, teve apenas uma sobrevivente da tragédia.
Publicidade
A visita de Brizola
A bordo de um helicóptero do Estado, o governador Leonel Brizola sobrevoou a área no domingo, 27 de setembro de 1959. Na oportunidade, o chefe do Executivo pode constatar “in loco” os graves prejuízos causados às comunidades atingidas, tendo tomado medidas urgentes para melhorar a situação. O secretário do interior, deputado João Caruso, também esteve no local com um avião especial, o qual continha medicamentos para as vítimas. Sobradinho e Candelária receberam duas caminhonetas da LBA, contendo agasalhos, cobertores e medicamentos.
This website uses cookies.