Retorno dos argentinos aquece a economia de Pantano Grande

Não é novidade que a pandemia prejudicou inúmeros estabelecimentos comerciais, principalmente do ramo do turismo, já que o contato presencial foi suspenso em muitos momentos. Por esse motivo, a temporada de verão do final de 2022 e início de 2023 está sendo de retomada para muitos empresários, já que no verão passado muitas pessoas ainda tinham receio da contaminação pelo vírus da Covid-19.

Quem está aproveitando para garantir os seus dias de férias nas praias gaúchas e catarinenses são os argentinos, que utilizam a travessia da BR-290 e, em sua grande maioria, param em Pantano Grande para descanso antes de seguir viagem até seu destino final. A empresária Rosane Raabe é proprietária da Pousada Killian e recebe os hermanos há mais de 23 anos. “No ano passado, eles vieram para as praias, mas esse ano está sendo algo incrível. Em todos esses anos, eu nunca tinha visto tanta gente na pousada. Penso que o movimento aumentou em 300%”, observa.

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À reportagem, Rosane mostrou o celular que continha mais de 700 conversas de estrangeiros interessados em garantir a sua estadia temporária no local. “Os dias de mais movimento sempre foram no final de semana, mas agora de segunda a segunda temos cada vez mais pessoas hospedadas. Eles estão desesperados por lugares para ficar”, destaca.

Entre muitas histórias e laços de amizade, a empresária enfatiza que realmente ama o que faz. “A pousada é minha vida. Eu sempre digo que comecei de brincadeira e ninguém acredita, mas comecei com um quarto e hoje tenho dez suítes”, conta.

Impacto também em restaurantes

O aumento da presença dos estrangeiros em restaurantes e outros locais de alimentação também é perceptível. A sócia proprietária do Restaurante Paradouro Raabelândia, Nicolle Raabe, diz que o movimento triplicou nas últimas semanas. “Nós marcamos uma média de pessoas, mas agora o movimento que antes tínhamos só em finais de semana, temos todos os dias. São tanto argentinos como brasileiros que vão para as praias”, afirma.

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Sobre o viaduto que integra a travessia urbana de Pantano Grande, na BR-290, e que foi liberado em 2021, Nicolle afirma que não prejudicou o movimento de maneira considerável, mas é um problema constante para os argentinos que acabam se perdendo na localização. “Eles não sabem se quando entrarem aqui vão ter que pegar outro caminho ou como eles vão fazer para seguir depois. Por conta disso, já mandamos produzir placas no acostamento para eles se localizarem no acesso lateral”, confirma.

“É algo grandioso”

O coordenador de Turismo de Pantano Grande, Tuty Sampaio, possui uma pousada com sua esposa, Elaine Pereira, e comemora a vinda dos argentinos para as praias brasileiras. “Esse ano, os números estão acima do normal. No momento atual, Pantano Grande está hospedando cerca de 600 pessoas por noite.

Na temporada entre dezembro, janeiro, fevereiro e março, o número total chega em média a 40 mil pessoas”, reitera. Com a passagem de cerca de três mil argentinos por dia no município, a economia recebe um montante extra de R$ 5 milhões, segundo o coordenador. “Nossa cidade tem cerca de 10 mil habitantes, então é algo grandioso. O dinheiro entra e é muito bem distribuído por aqui”, explica.

Para maior segurança dos turistas, Sampaio conta que reuniu-se com a Brigada Militar para pedir maior policiamento durante o período de movimento. “Pantano é segura, mas os policiais aumentaram o patrulhamento por conta da quantidade de pessoas e movimentações”, alega. Sobre o viaduto, ele acredita que não alterou o fluxo em relação à hospedagem porque a cidade se tornou um ponto obrigatório de parada. “Até acredito que depois que começar a duplicação da via, vai aumentar ainda mais o turismo.”

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