A colheita da bergamota, que teve início há algumas semanas em Santa Cruz do Sul, tem perspectiva positiva aos 35 produtores do município. Com área plantada de 30 hectares e produtividade de 8 toneladas por hectare, a perspectiva da Emater /RS Ascar é de que a safra chegue a 240 toneladas, 20% a mais que a média anual. Mas a produção, considerada ainda pequena para ser enviada a outros municípios, abastece apenas os supermercados e feiras rurais de Santa Cruz do Sul.
Conforme o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Assilo Martins Correa Jr, as condições climáticas – temperaturas altas durante o dia e baixas à noite, somadas às chuvas bem distribuídas – favoreceram o desenvolvimento adequado da fruta. “Será uma boa safra, com frutos de boa qualidade. A colheita ainda está na fase inicial, com o pico mais para a segunda quinzena de maio e início de junho e previsão de se estender até agosto e setembro”, destaca. Entre as principais variedades plantadas no município estão a taquari, caí, murcot, ponkan e montenegrina.
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O preço médio pago ao produtor, em comparação com a última safra, não deverá ter muita alteração, levando em conta o tamanho e a disponibilidade do produto. Ficará em torno de R$ 2,50 a R$ 3,00 o quilo da bergamota comum. Entre as técnicas que resultam nos bons resultados e na ampliação da produtividade para os padrões serem alcançados estão o bom manejo na poda, a adubação equilibrada e o controle das pragas e doenças. De acordo com dados da Emater/ RS-Ascar, são mais de 9,7 mil hectares plantados com bergamotas em todo o Estado.
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Produtor aposta em fruta precoce e mais doce
Na propriedade de Almiro Wendland, de 71 anos, em Linha Sete de Setembro, no interior de Santa Cruz do Sul, em seis dos 30 hectares são cultivadas laranjas, noz-pecã, abacates, bananas e bergamotas. A área plantada somente com frutas cítricas chega a um hectare. São 500 pés distribuídos entre as variedades dekopon, ponkan e montenegrina. Com as árvores carregadas de frutas, a expectativa do fruticultor é colher nesta safra em torno de 10 toneladas, duas a mais que na anterior.
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A variedade que atualmente está sendo colhida é a dekopon, conhecida também como gigante japonesa. Além de sua precocidade na maturação, pois geralmente começa a ser colhida em junho, ela se destaca pelo tamanho – é maior que a bergamota ponkan e pode inclusive chegar a pesar um quilo por fruto. Além disso, é mais doce e não tem semente. Wendland conta que começou a plantar por causa da rentabilidade.
“Eu conheci a fruta há uns cinco anos, quando visitei a Ceasa de Campinas, em São Paulo, e gostei pelo fato dela agregar mais valor que as outras. Enquanto ela estava custando na Ceasa R$ 10,00, as outras custavam R$ 2,50 o quilo. Comprei as mudas e já entramos para a terceira safra desta variedade”, explica. “Além disso, ela frutifica fora de época e são poucos os produtores que a têm na região.” O quilo é vendido por R$ 5,00 na Feira Rural e na orgânica.
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Ponkan
Já as bergamotas ponkan, que são mais populares, ainda estão verdes na propriedade de Almiro Wendland e devem começar a serem colhidas nos próximos 15 dias. Em junho começa a colheita da montenegrina, que por ser mais tardia, geralmente se estende até novembro. Para controlar as moscas da fruta e ter bons resultados, o fruticultor esclarece que realiza um tratamento de inverno, como a limpeza do lenho e a pulverização de produtos para retirada dos musgos do caule. “Para evitar o ataque da mosca da fruta, utilizo um produto à base de gordura animal, que vai dentro de uma garrafa pet. A mistura é pendurada no pomar, para atrair e fisgar o inseto para que entre na garrafa e não consiga mais sair ”, comenta.
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