Apontada como solução definitiva para os problemas estruturais da rodovia que corta o Vale do Rio Pardo e é uma das principais artérias do Rio Grande do Sul, a restauração total do trecho Tabaí-Santa Maria da RSC-287 custaria hoje algo em torno de R$ 150 milhões. A conta é da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) – que administra a estrada entre Tabaí e Paraíso do Sul – e não inclui um quilômetro sequer de duplicação. O aumento da capacidade de tráfego principalmente entre Tabaí e Santa Cruz do Sul é reivindicado há uma década pela região, mas continua sem qualquer perspectiva de sair do papel.
Na verdade, nem mesmo o restauro da rodovia é viável neste momento, embora seja algo essencial. Em entrevista na manhã de ontem, o presidente da EGR, Nelson Lídio Nunes, disse que “uma hora ou outra a 287 vai precisar de uma restauração. Não existe outro tratamento a ser feito na rodovia que não seja a restauração”. Mas ponderou que o problema é justamente o orçamento de uma obra dessa dimensão, que mexeria na estrutura de uma estrada com mais de 30 anos. “Estamos estudando até mesmo a possibilidade de buscar um financiamento. Isso resolveria a situação”, resumiu.
No entanto, trata-se de uma decisão mais política do que técnica. Nos últimos meses, o governo do Estado vem recebendo uma enxurrada de pedidos para que a rodovia seja incluída no pacote de concessões que deve ser lançado até o fim do ano e, assim, entregue de volta à iniciativa privada. A região apoiaria a medida desde que o contrato de concessão exija a duplicação imediata de boa parte da RSC-287. No início de maio, quando esteve em Santa Cruz, o secretário estadual dos Transportes, Pedro Westphalen, admitiu que a rodovia poderá ser concedida à iniciativa privada, mas se esquivou de dar alguma garantia.
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Enquanto isso, o presidente da EGR diz que “segue tentando minimizar os problemas de acordo com a disponibilidade financeira para manter a rodovia trafegável”. Nelson Lídio Nunes reforçou ontem que há duas frentes de trabalho fazendo remendos entre Tabaí e Paraíso. “Ao longo do ano, vamos investir R$ 22 milhões para minimizar o desconforto de quem utiliza a rodovia”, frisou, ressaltando que trata-se de recursos obtidos com os pedágios de Candelária e Venâncio Aires. A boa notícia dada ontem pela EGR é que ao menos por enquanto não há indicativo de reajuste nas tarifas.
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