Com a impossibilidade de receber clientes à noite, diversos restaurantes de Santa Cruz do Sul enfrentam dificuldades e fazem esforços para não fechar as portas. Em muitos casos, operar somente no formato delivery não é suficiente para cobrir os custos.
A Churrascaria Centenário é um exemplo. Referência entre as opções noturnas para jantar, tem um atendimento diferenciado e bufê variado para abrigar os clientes em suas mesas. Entretanto, a bandeira preta reduziu o faturamento e agravou os prejuízos, acumulados desde o início das restrições, em março do ano passado.
De acordo com o sócio-proprietário Vandinei Cenci, 20% dos colaboradores foram desligados. Para ele, a situação atual praticamente inviabiliza o negócio. “Somente para abrir, temos um custo de R$ 100 mil por mês. A estrutura é de mil metros quadrados, preparada para receber clientes. É muito diferente de quem atende somente por delivery”, comenta.
Publicidade
Cenci salienta que as condições são ainda piores no fim de semana, com a adoção do lockdown. “Somente com telentrega fica difícil. Precisamos de uma abertura da economia, para que os negócios permaneçam abertos. O governo estadual precisa rever algumas posições. Nossos estabelecimentos não são os propagadores do vírus”, enfatiza.
LEIA MAIS
– CDL de Santa Cruz encaminha pedido de auxílio para empresários do município
– Mais da metade dos empresários de Santa Cruz do Sul não descarta fechamento, aponta pesquisa
Para o sócio-proprietário do Black Truck Burger, Ismael Albino Schwantes, as condições para manter os compromissos são críticas na hamburgueria. Os colaboradores fixos foram reduzidos pela metade, e o faturamento caiu 40%. “Estamos fazendo combos com desconto e avaliando a possibilidade de mudar a estrutura só para delivery. Não temos perspectivas de quando poderemos voltar a atender.”
Publicidade
No caso do restaurante Viccino, a proposta é de que o cliente possa ter uma experiência, com pratos elaborados por um chef e uma variada carta de vinhos. Por esse motivo, as restrições prejudicaram a o estabelecimento. O proprietário Celso Esperdião precisou reduzir o quadro de colaboradores em 40%. “Pela nossa proposta gastronômica, optamos por fechar as portas. Mas estamos avaliando a reabertura para segunda-feira, com opções de telentrega e drive-thru”, explica.