A manhã que começou tranquila no dia 19 de janeiro terminou marcada por cenas que chamaram a atenção dos santa-cruzenses. Naquele dia, por volta das 10 horas, o Restaurante Mafalda, um dos mais conhecidos da cidade, teve sua estrutura atingida por um incêndio. Passados pouco mais de dois meses do fato, os responsáveis decidiram que não devem dar continuidade ao estabelecimento.

Ainda sob os efeitos do ocorrido, a proprietária Vanderléa Grieger, 56 anos, recebeu a reportagem da Gazeta do Sul e contou o que aconteceu. No momento em que as chamas atingiram o prédio, ela estava na sala de espera do restaurante fazendo contatos por telefone, quando uma funcionária colocou uma forma com uma berinjela em um dos fornos para aquecer.

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Instantes depois, ao ir até a cozinha avisar que sairia rapidamente para realizar uma compra em um fornecedor, ouviu o forno explodir. “Foi um barulho muito alto. Nesse momento gritei e pedi para que todos saíssem do restaurante”, relembra. Um deles era o marido de Vanderléa, Cláudio, 54 anos, também proprietário do local.

Imediatamente houve tentativa de apagar o fogo usando extintores, mas não foi o suficiente. Em poucos minutos, o estabelecimento, que fica na esquina da Travessa Haun com a Rua Gaspar Silveira Martins, foi tomado pelas chamas. 

A área interna foi severamente atingida, mas a fachada teve poucos danos. Vanderléa relembra que chamou o Corpo de Bombeiros, que chegou ao local cerca de 20 minutos depois. Junto também estava a Guarda Municipal, que ajudou a controlar o trânsito no entorno. A proprietária conta que não houve a explosão de um botijão de gás e o funcionário que ajudou a conter as chamas não sofreu ferimentos significativos, apenas teve alguns pelos dos braços queimados. Vanderléa, Cláudio e o funcionário foram encaminhados ao hospital e liberados após atendimento médico. 

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“Não temos condições de retornar”

O prejuízo resultante do incêndio foi significativo, ressalta Vanderléa. Segundo ela, o seguro do restaurante foi acionado, mas ainda não deu retorno. “Eles só estão pedindo muita documentação e o Corpo de Bombeiros interditou o prédio”, afirma. O momento agora é de espera pelo processo, mas Vanderléa adianta que não tem intenção de retomar o restaurante e não possui planos. “Psicologicamente não temos condições de voltar, nem financeiramente, porque é um investimento enorme.” 

Vanderléa desabafa que o sentimento é de tristeza pela perda de um investimento administrado por ela e sua família por mais de 20 anos. O Restaurante Mafalda foi um dos pioneiros de Santa Cruz e herdado de Mafalda Becker, já falecida. “É muito ruim ver assim tudo o que construímos com amor e carinho durante anos”, salienta. No entanto, apesar de tudo que aconteceu, Vanderléa agradece o carinho de todos os clientes e amigos que se mostraram solidários diante da situação e diz que se sente aliviada por terem sido apenas danos materiais. 

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