Polícia

Responsável por planejar atentado contra Moro é assassinado em presídio

O Primeiro Comando da Capital (PCC) executou na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, o homem que havia coordenado o plano para um atentado contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Integrante da chamada Sintonia Restrita, Nefo havia sido preso em 22 de março de 2023 na Operação Sequaz, que desmantelou o grupo que planejava o crime.

Além de Nefo, foi morto Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê, integrante do grupo responsável pelas ordens aos faccionados em liberdade. Rê também havia sido detido na Operação Sequaz. Ele era um conhecido assaltante de bancos, com “vasta ficha criminal, muitas delas ações violentas”. Os federais interceptaram uma videoconferência de Nefo e Rê durante o planejamento do ataque a Moro na qual foram decididos detalhes do crime. Eles foram assassinados durante o banho de sol no presídio.

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Três detentos assumiram a autoria dos assassinatos. Eles se entregaram à direção do presídio e foram isolados. Um quarto preso é investigado pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento no ataque.

De acordo com investigadores, não há dúvida de que o crime foi cometido por determinação do comando do PCC. A questão, no momento, é esclarecer o que motivou a decisão. A principal hipótese seria um acerto de contas dentro da facção, em razão do fracasso do resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e dos atentados contra autoridades planejados pelo PCC. Nefo, segundo um desses investigadores, teria “falado demais”. Por isso, pagou com a vida.

Monitoramento

Quando Nefo foi preso, em 2023, havia seis meses que os bandidos comandados por ele tinham recebido a ordem para monitorar Moro. Alugaram chácaras na região de Curitiba, casa perto da residência da família do senador e sala comercial ao lado do escritório político de Moro. Os bandidos fotografaram o cotidiano do ex-juiz, de sua mulher, a deputada Rosângela Moro (União Brasil-SP), e de seus filhos. O plano foi descoberto pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, que repassou as informações à Polícia Federal.

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A PF, após a quebra de sigilo dos celulares apreendidos com o grupo de Nefo, encontrou imagens, com comentários, capturadas na internet, do dia 29 de novembro de 2022 feitas pelos criminosos da célula “Restrita” do PCC.

As imagens eram das residências oficiais dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), bem como de uma pesquisa sobre imóveis na “Península dos Ministros”, Lago Sul, Brasília, demonstrando que houve determinação da cúpula para que esse setor realizasse levantamentos das referidas autoridades da República.

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Os federais descobriram todo o planejamento dos atos voltados à ação de atentado contra Moro cuja coordenação estava a cargo de Nefo. No dia 19 de setembro de 2023, os agentes apreenderam, no quintal de um imóvel em Curitiba usado pelo grupo de Nefo, explosivos e materiais para o acionamento dos artefatos.

De acordo com a investigação, o material poderia ser usado em um atentado a bomba contra o senador. Além de Moro, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco, era outro alvo dos bandidos.

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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